
Rap
Mamelo
Sound System
Em CD de estréia, trio paulista abre leque
de opções para o rap
Ramiro
Zwetsch
Divulgação |
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Daniel,
Rodrigo e Alexandre: letras divertidas e som refinado |
Como
já acontece muito na Europa e nos Estados Unidos, o trio
paulista Mamelo Sound System dá ao rap um enfoque mais divertido
do que politizado. Seu primeiro CD, homônimo, traz letras
mais leves do que ácidas e uma sonoridade mais refinada do
que as batidas que direcionam os nomes mais fortes do rap nacional
com referências ao jazz, funk, dub e drumnbass.
Rodrigo
Moreira (vocalista, produtor e ex-VJ da MTV), Daniel Bozio e Alexandre
Basa (multiinstrumentistas e produtores) usam o estúdio de
gravação como instrumento musical, combinando eletrônica
e acústica, e contam com contribuições das
mais ilustres.
Em
Rule the World, a colagem de sons é arrebatadora.
Sobre uma base extraída do repertório do grupo de
rap Jurassic 5, de Los Angeles, são adicionados scratches
(ruídos extraídos dos toca-discos) operados pelo DJ
Nuts que já acompanhou Otto e Marcelo D2. Reforçando
o suingue, a cantora Paula Lima (do grupo Funk Como Le Gusta) empresta
sua voz, que aparece remixada em sobreposições.
Na
seqüência, DJ Marky (um dos melhores do mundo em DrumnBass)
oferece uma de suas batidas sincopadas originalmente enfeitada
com fraseados de sopros e acordes de guitarra. Em 2736 KM,
integrantes da Nação Zumbi e Mundo Livre S/A presenteiam
o trio Mamelo Sound System com um passeio pelo soul, dub e derivados.
Além
dos já citados, participam do disco Thaíde, os DJs
Hum e KL Jay, integrantes dos grupos ZÁfrica e SP Funk
e o pioneiro do rap mundial, Afrika Bambaataa. Os integrantes do
Mamelo mostram que além de autênticos, estão
bem acompanhados e, despretensiosamente, oferecem um disco dos mais
ousados lançados nesse ano 2000. Discretos e autênticos
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