
Olimpíada
Estrela
das piscinas
Fabiola Molina, a única mulher da equipe brasileira de natação em
Sydney, é formada em teatro e sonha em ser atriz de televisão
Carlos
Henrique Ramos
Rosane
Marinho/AE |
 |
“Eu
até me imagino atuando na novela das oito”, diz a atleta. |
A classificação
de Fabiola Molina, 25 anos, para os Jogos Olímpicos de Sydney,
na Austrália, foi dramática. Por causa de dois centésimos
de segundo, esta nadadora não alcançou a marca - 1m02s90
- estabelecida pela CBDA (Confederação Brasileira
de Desportos Aquáticos). A
convocação só veio através de convite
dos dirigentes. E a história que poderia acabar em final
infeliz terminou em festa.
Mas,
para Fabiola, esse episódio não foi seu único
drama. Ela já vivenciou a desgraça, a tragédia
e a catástrofe no palco da Universidade do Tennesse, nos
Estados Unidos, onde diplomou-se no curso de teatro. Lá,
interpretou, e aprendeu as técnicas de figurino, cenário,
iluminação, direção etc. Tanta dedicação
tem um objetivo: a única mulher da equipe verde-e-amarela
de natação ambiciona ser atriz. Seu sonho é
a televisão. Eu até me imagino atuando na novela
das oito, brinca. Tenho alguns projetos em mente.
Mas
antes de abraçar as artes cênicas, a paulista de São
José dos Campos (SP) residente em Coral Springs, a 40 minutos
de Miami, quer se consagrar dentro das piscinas. Em Sydney, nadará
os 100 metros costas, prova em que conquistou a medalha de bronze
nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata (1995) e Winnipeg (1999).
Acreditamos que a Fabiola chegará à semifinal
olímpica, afirma Coaracy Nunes, presidente da Confederação
Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). Essa previsão
significa ficar entre as 16 melhores em sua especialidade. O
que vier depois disso é lucro, confirma a vice-campeã
do Mundial Universitário de 1997.
A
preparação rumo a Austrália começou
oficialmente em 10 de janeiro de 1999, em Nova York. Desde esse
dia, ela treinava seis horas diárias, ora na academia de
ginástica, ora dentro da piscina. Até a semana passada,
Fabiola calcula que nadou cerca de 3,8 mil quilômetros. Essa
maratona tem um custo emocional: a saudade da família, dos
amigos e a ausência de um grande amor. No momento não
há condições de namorar. O custo financeiro
fica por conta dos gastos com e-mail, em torno de US$ 150 dólares
mensais. Esse é o preço de ser atleta. Mas vale
a pena., garante.
|