Fernando
Morais - de Paris
Excluídos
do futebol vagam pelas ruas de Bruxelas
Adolescentes
brasileiros que viajam para testes nos times belgas convertem-se
em meninos de rua, sem ajuda consular, e não têm
como voltar
Há
um abacaxi de bom tamanho para o Itamaraty descascar em Bruxelas:
dezenas de garotos brasileiros estão vivendo clandestinamente
na Bélgica, sem qualquer apoio consular ou diplomático.
São todos menores de idade, levados como turistas para
a Europa por "olheiros" de grandes clubes de futebol.
Quem consegue passar pelos testes dos clubes é contratado.
Os cortados, abandonados pelos agentes, convertem-se em "meninos
de rua" da noite para o dia. Preocupado com o problema
(que envolve, além de brasileiros, várias dezenas
de meninos norte-africanos), o governo belga acaba de promulgar
uma lei que exige que os candidatos a craques tenham pelo
menos 18 anos e que só recebam o visto depois de contratados
com um salário de no mínimo US$ 2,5 mil mensais.
Doce
vida em Paris
Cena francesa: dois dias depois de provocar um sururu no aeroporto
de Cumbica, o primeiro-filho Paulo Henrique Cardoso podia
ser visto tomando uma inocente Coca-Cola no Bar des Théatres,
na elegante Avénue Montaigne. Do outro lado do salão,
cercado de netos e exibindo uma cabeleira precocemente acaju,
Paulo Maluf atacava um sanduíche crocque-monsieur.
Solitário numa mesinha entre os dois, um envelhecido
Gene Hackman sorvia uma taça de vinho tinto.
Sutiã
turbinado
É brasileira a novidade do Salão da Lingerie,
aberto na semana passada em Versailles: entre as peças
apresentadas por Ocimar Versolato para
as indústrias Valisère, o modelo que mais chamou
a atenção dos compradores foi o sutiã
em cujo bojo vem costurada uma discreta bolsa de silicone.
Criado por Versolato para socorrer as magras em plena safra
de seios opulentos, o modelo está sendo visto como
uma solução para mulheres que tenham se submetido
a mastectomias.
Foto:
Cesar Itiberê
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Universal
não
Se
o "bispo" Edir Macedo tem planos de exportar sua
Igreja Universal do Reino de Deus para a França (como
já fez em quase toda a Europa), é melhor pensar
duas vezes. Por essas bandas as igrejas evangélicas
são consideradas "seitas", e não religiões
- o que as obriga, por exemplo, a pagar todos os impostos.
Como se fossem o que aparentam ser: empresas.
Prefácio
de FHC
Fernando Henrique Cardoso está de novo nas prateleiras
francesas. Em sociologuês. No prefácio de Le
Candomblé de Bahia, reeditado pela Editora Plon em
homenagem póstuma ao autor, Roger Bastide, FHC reconhece
ter compreendido, graças ao sociólogo francês,
"a impossibilidade da síntese conceitual a priori".
Viagem
nababesca
Esta é para quem está com o saldo bancário
no azul. Dia 18 sai de Paris um Concorde para uma viagem de
sonhos. Nas duas semanas seguintes os passageiros farão
escalas em Omã, Nova Délhi, Bangcoc, Bali, Sydney,
Papete, Morea e na Ilha de Páscoa, na costa do Chile.
No sábado de Carnaval, os passageiros estarão
no Rio. Preço dessa mamata principesca: 200 mil francos
- uns R$ 60 mil. Reservas pelo telefone 0-803-888-803. Pelo
menos a chamada é gratuita.
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