Na
passarela e nas ruas com Gisele Bündchen
Foto:
Silvana Garzaro |
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Erica
entre Gisele e o maquiador Duda Molinos: maratona da moda
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Das 19
horas de quarta-feira 26 de janeiro às 21 horas da
segunda 31, a editora Erica Benute viveu um único acontecimento:
o MorumbiFashion. Como nenhum outro dos mais de mil profissionais
de imprensa credenciados para a cobertura, ela correu atrás
da principal atração do maior evento da moda
brasileira: a modelo Gisele Bündchen, de 19 anos. Na
quinta-feira 27, Erica foi a primeira a falar com o pai dela,
que nunca antes havia assistido ao vivo a um desfile da filha.
No dia seguinte, entrevistou, por telefone, o antigo empresário
da modelo, John Casablancas, da agência Elite de Nova
York. Mal dormiu na noite de sábado 29 para domingo
30, rodando alguns dos mais badalados pontos da cidade, ao
lado da fotógrafa Silvana Garzaro, em busca de um flagrante
de Gisele. No domingo, a árdua batalha chegou a um
desfecho. Responsável pela seção de moda
de Gente, Erica foi a primeira a encontrar Gisele, no dia
em que ela seria a sensação do MorumbiFashion.
Durante duas horas, driblou oito seguranças do evento
e três assessores de imprensa da modelo para acompanhá-la
nos bastidores e finalmente, às 18h15, ela conseguiu
15 minutos de uma conversa a sós com Gisele, que se
estendeu por mais 15 minutos, enquanto o maquiador Duda Molinos
a preparava para o desfile. Do lado de fora do camarim, mais
de uma centena de cinegrafistas, fotógrafos e jornalistas
tentavam forçar a entrada, causando um dos maiores
tumultos do evento.
Foto:
Leandro Pimentel |
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Gabeira
com Edmundo: do Verão da Abertura ao topless legalizado
no Rio |
O repórter
Luís Edmundo Araújo tinha 8 anos de idade e cursava a segunda
série do ensino fundamental quando uma legião de brasileiros
expatriados por divergir do regime militar de 1964 retornou
do exílio. Há 20 anos, o Brasil abria uma válvula de escape
da ditadura, abrandava a censura política e de costumes e
vivia um fértil período de criatividade intelectual e de geração
de modismos. Era o Verão da Abertura. Nas últimas três semanas,
Luís Edmundo correu atrás dos personagens que só conheceu
por recortes de jornais da época. E encontrou uma geração
naturalmente mais conservadora. Deputado federal pelo Partido
Verde, o outrora guerrilheiro Fernando Gabeira, que desembarcou
no Verão da Abertura lançando a moda da tanga de crochê -
para homens -, se viu surpreendido com um pedido da produção
de Gente: vestir uma sunga (sem crochê) para posar para a
foto na praia. “Pode ficar ridículo”, ponderou o deputado,
que raramente vai à praia. “Fiquei surpreso ao descobrir que,
naquela época, o topless não colou porque as pessoas jogavam
areia nas mulheres”, conta o repórter.
Luciano
Suassuna
Diretor de Redação
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