Teatro - Drama
A Tempestade
Último texto de Shakespeare ganha
versão brasileiríssima
Ida Vicenzia
O dramaturgo
inglês William Shakespeare é tão encenado e
adaptado no Brasil quanto nosso brasileiríssimo Nelson Rodrigues.
Dessa vez, A Tempestade, a última peça do poeta britânico,
foi escolhida para inaugurar a programação teatral
do ano 2000 do Centro Cultural Banco do Brasil. A peça discute
valores eternos como a sabedoria, a fidelidade e a honra e conta
a história de Próspero, um nobre sábio e mágico,
que vive numa ilha tropical.
A magia e a
sabedoria foram pretextos para o diretor Caco Coelho extrapolar
as possibilidades de encenação, apresentando uma A
Tempestade bem brasileira, com citações indígenas
no figurino de Próspero e uma trilha sonora onde o samba
e Villa-Lobos convivem com Beethoven.
O fascinante
texto de Shakespeare já havia ganhado versões em que
o sonho e a fantasia falam mais alto. É o caso de Prospero's
Books (1991), a versão grandiosa do cineasta Peter Greenaway.
Em cena, na atual montagem brasileira, estão Marcos Frota,
como Ariel, o espírito da floresta que voa em seu trapézio,
e Carolina Dieckmann, como Miranda, a doce filha de Próspero,
que na concepção de Caco Coelho não é
tão doce assim. Ainda no elenco, Fernando Alves Pinto, Maurício
Grecco (ator de grandes recursos), Paschoal da Conceição,
como Próspero, e Ernani Moraes, como Caliban, o espírito
da natureza selvagem. São dignos de crédito também
o iluminador Maneco Quinderé e o cenógrafo Gringo
Cardia, responsáveis por impressionantes efeitos de tempestade.
Teatro com
toda magia
Até 30 de janeiro - Centro Cultural Banco do Brasil - Rua
1.º de Março, 66 - Rio de Janeiro
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