Aos 40 anos de idade, Lil’ Bit recorda o abuso sexual
do qual
foi vítima quando adolescente. Seu tio Peck pode
tê-la submetido à dor, mas também ensinou
a garota a viver. Tocando nesse tema delicado, Como Aprendi
a Dirigir um
Carro, da norte-americana Paula Vogel, estréia
na quinta
16 no CCBB-Rio com Andréa Beltrão e Paulo
Betti dirigidos por Felipe Hirsch. Andréa falou a
Gente.
Como
é viver um personagem dos 12 aos 40 anos?
É difícil. Mas a personagem
se lembra de sua infância com
a memória de seus 40 anos. Quando ela muda de idade,
muda de idade aos 40 anos. Mas não quero que isso
seja tomado como um exercício teatral.
Qual
é a maior dificuldade então?
É narrar a história com
calma, falar para ser ouvida,
acreditar nas imagens do texto. E falar isso olhando para
a cara das pessoas.
Como
a peça trata a pedofilia, condenada unanimemente?
A pedofilia é um crime horrível.
Ninguém está aqui para absolver esse tipo
de desvio. Quando Peck seduz um menino, isso aparece de
maneira cruel e dramática, porque é para as
pessoas terem horror sim. Mas Lil’ Bit não
faz nada sem consciência, depois do abuso. Ela é
uma lolita.
Além
de pedofilia, a peça fala de quê?
É uma história de amor,
de sonhos realizados e desfeitos, de família, de
perdão. Como Aprendi a Dirigir um Carro quer
dizer como aprendi a dirigir minha vida.
É
a segunda vez que trabalha com Felipe Hirsch.
Por que a preferência?
Ele é um grande diretor. E adoro
o Felipe como pessoa.
Foi um feliz reencontro.
Teatro
I
CCBB/Rio – r. Primeiro de Março,
66
tel. (21) 3808-2020. Até 21/12.
|