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Fundo
de Quintal: fiel ao partido alto |
Desde
sua formação em 1980, o Fundo de Quintal sempre
se manteve fiel ao samba de raiz, sem apelar a modismos. Por
isso, é aclamado por músicos de várias
vertentes, até os do hip hop, como Marcelo D2. O grupo
lança seu 23º disco, Festa pra Comunidade,
em
que investe no alto astral. Responsável pelo repique-de-
mão, Ubirany falou
a Gente.
Como
o Fundo de Quintal se equilibra entre a tradição
e a modernidade?
A gente faz algumas incursões por outras áreas,
como uma chegadinha ao Nordeste na faixa “Quando Eu
Jogo a Rede”,
mas sem nunca perder a base do partido alto. Em “Parabéns
pra Você”, há um tecladinho dando cama,
nada agressivo.
Nos permitimos fazer isso, mas não que interfira
no samba. Quisemos um disco bem festivo, alegre, porque
nosso público estava pedindo um disco de inéditas.
A
onda do pagode de alguns anos atrás atrapalhou o
samba?
Não. Acho que trouxe mais gente para o samba. As
meninas,
por exemplo. O Fundo de Quintal não vai abrir mão
de cantar samba, mas respeitamos todo mundo. No final, o
povo filtra quem considera verdadeiro.
Marcelo
D2 e Gabriel o Pensador fazem homenagens
ao Fundo de Quintal. Há um intercâmbio do samba
com
o hip hop?
Acho legal essa troca. Nós temos nosso gênero,
eles têm o deles. Mas a verdade é que só
existe a música bela e a feia.
Em vários shows, está rolando um hip hop antes
de a gente tocar. Quando o Fundo entra, a alegria permanece.
O povo curte de tudo.
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