Em
1944, um músico chega a Antofagasta, Chile. Traz
consigo, além de seu trombone e da notícia
que Glenn Miller morreu, uma garotinha de dois anos. A menina
é entregue a Esteban, um imigrante europeu que supostamente
seria seu avô. A partir daí, desenrola-se,
de forma lírica e permeada de referências à
cultura pop, a segunda parte da saga da família Coppeta.
A Garota do Trombone (Record, 368 págs., R$
35) é a continuação de As Bodas
do Poeta, que conta a partida do
clã da costa da Malícia, localizada na Croácia,
em direção à América, durante
a guerra.
Escrita por Antonio Skármeta, que ganhou fama com
O Carteiro e o Poeta, a história dos Coppeta
tem muito a ver com a trajetória familiar do próprio
autor. De ascendência européia e nascido em
Antofagasta, ele tem adoração pelo cinema
e pela música norte-americana e se envolveu com a
esquerda chilena. Tal e qual a menina Alia Emar, sua protagonista.
Skármeta é um grande escritor e roteirista
de cinema que trabalha para mesclar alta cultura com subcultura.
E é isso
que faz, com destreza, nesse romance. Também sua
abordagem em relação aos temas políticos
é feita de maneira bastante original. O melhor exemplo
disso é o maravilhoso A Redação
(Record, 36 págs., R$ 28), obra infanto-juvenil que
ganhou o prêmio Unesco em Prol da Tolerância
e também está chegando do Brasil. A história
mostra a ditadura militar através dos olhos de um
menino. A América Latina é pop
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