A
cantora Sarah Brightman esteve no Brasil na semana passada
para divulgar seu novo CD, Harem. Fãs da artista
inglesa já saboreiam há dez anos o diluído
coquetel de pop e erudito testado com sucesso comercial
pela artista em seus discos. A novidade é que, em
Harem, Sarah adiciona sonoridades orientais à
mistureba. Mas o clima etéreo de seus vocais é
o mesmo de sempre e remete à new age. Há quem
goste, pois os álbuns da diva vendem, em média,
15 milhões de cópias no mundo inteiro, mas
Sarah soa cada vez mais pasteurizada – como uma Celine
Dion à procura de babas para manter seu patamar de
vendas, e não é à toa que compositores
que escrevem para Celine assinam faixas no disco de Sarah.
Harem põe no mesmo liqüidificador um
standard de Louis Armstrong (“What a Wonderful World”),
um clássico americano (“Stranger in Paradise”,
hit nas vozes de cantores como Tony Bennett) e um fado (a
faixa que batiza o disco é adaptação
da “Canção do Mar”). Entre um
dueto com o cantor iraquiano Kadim Al Sahir em “The
War Is Over” e uma citação de Puccini
em “It’s a Beautiful Day”, há referências
orientais e a sensação de que o disco patina
em exotismo artificial. Pastel oriental
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