 |
A
Viagem de Chihiro: garota de dez anos se perde dos pais
e vai parar num mundo diferente, habitado por seres estranhos |
Difícil
achar uma definição para A Viagem de Chihiro,
desenho ganhador do Oscar de animação deste ano que
estréia no Brasil na sexta 18. Essa foi uma das razões
pelas quais a distribuidora Europa demorou tanto para lançá-lo.
Havia o temor de que o público daqui não conseguisse
digerir o universo criado por Hayao Miyazaki. É um mundo
mágico que mistura elementos contemporâneos, personagens
de lendas japonesas e outros condimentos que podem parecer estranhos
ao paladar ocidental.
Mas
isso é o de menos. A Viagem de Chihiro consegue ser
tão mágico e sedutor que
esse estranhamento logo se esvai. Chihiro é uma garotinha
de seus dez anos. Quando
o filme começa, ela está no banco traseiro do carro
de seus pais, a caminho de uma
nova cidade e um novo lar. Pela janela do automóvel, avalia
o lugar onde vai morar, contrariada com a mudança.
Distraído,
o pai de Chihiro toma um desvio não previsto no mapa e acaba
na boca de um túnel obstruído por uma estranha estátua.
Todos decidem ver o que há do outro lado. O que se segue
é uma aventura em que Chihiro, perdida de seus pais, deve
se superar para sobreviver em um mundo completamente diferente,
habitado por seres estranhos, animais que falam e bichos disformes.
Um universo mágico e cruel, muito parecido com a cara que
o mundo tem quando os jovens passam para a vida adulta.
Hayao
Miyazaki é considerado um deus no Japão. Seus desenhos
são campeões de bilheteria, entre eles Princesa
Mononoke, de 1997, o maior recordista da história do
cinema japonês, superando, inclusive, Titanic. Trabalha
com animação convencional, usando a digital apenas
para finalização. Seu talento está em histórias
como a de Chihiro, cheias de engenho e magia. Encanto para todas
as idades
|