O
apresentador José Luiz Datena noticia na tevê
os crimes do cotidiano das grandes cidades, casos famosos,
hediondos e polêmicos. Quando sai do ar, o jornalista
senta diante do computador e, num processo de descarrego
desses assuntos tão pesados, escreve poesias e crônicas
sobre histórias como a de Suzane Von Ritchtofen,
do ônibus 174 e outros. Publicado em Meu Sonho
é Cidadania (Celebris, 128 págs., R$ 25),
esse lado mais poético de Datena está chegando
agora ao público.
Por
que resolveu fazer poesia?
É uma forma de baixar a adrenalina,
desopilar o fígado. O momento que você passa
para o papel é uma terapia.
Quando começou a escrever?
Faz tempo, quando comecei no jornalismo policial.
Tinha umas cem poesias, mas um cara mexeu no meu computador
e perdi umas 60. Meu filho resgatou as que estão
no livro.
Que
mensagem quer passar com o livro?
Começo cada capítulo do livro com um artigo
da Constituição e faço um comentário,
para instigar o exercício da cidadania. É
engraçado, o cara que me assiste na tevê me
julga incapaz de análises mais brandas.
O
que está achando da experiência de publicá-las?
Estou até pensando em outros projetos.
Quero escrever um livro chamado Face a Face, no qual
meu filho conta a experiência que teve com drogas
e eu, o lado da família. Quero escrever também
um romance ambientado numa favela. Queria ficar uma semana
vivendo numa favela, mas é perigoso, podem me apagar.
E também tenho a idéia de uma história
mais cômica, que quero transformar em romance.
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