Guerra
A última batalha
Após
três semanas de guerra, governo de Saddam Hussein é deposto, tropas
anglo-americanas dominam território iraquiano, caos e saques tomam
conta das cidades sem lei e caçada ao ex-ditador continua
Fábio
Farah |
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Cabeça
de uma das estátuas de Saddam Hussein jaz sobre as ruas de Bagdá:
regime caiu, soldados americanos e britânicos enfrentam pouca
resistência e a reconstrução do Iraque torna-se o centro do
debate |
Bastaram
três semanas de maciço bombardeio para o previsível
acontecer. Com seu inigualável poderio militar, as tropas anglo-americanas
dominaram o território do Iraque. Tikrit, o último bastião
da resistência iraquiana, foi tomada na segunda-feira 14, embora
ainda existissem focos de combates contra militares leais a Saddam
Hussein, cujo paradeiro seguia desconhecido. A cidade natal do ditador,
a 175 km de Bagdá, era a última controlada pelos iraquianos
uma semana após a conquista da capital e um mês depois
de iniciada a ofensiva comandada pelo presidente dos Estados Unidos
George W. Bush – com o apoio da Inglaterra e sob fortes protestos
do resto do mundo – para depor Saddam de seus 24 anos de poder.
À
batalha por Bagdá, muito mais fácil do que se imaginava
inicialmente, seguiram-se imagens que se tornaram símbolo
desta guerra: a derrubada da gigantesca estátua de Saddam
de uma praça central da capital, a comemoração
dos iraquianos, a bandeira dos Estados Unidos colocada e logo retirada
do rosto do ditador, os fuzileiros navais americanos refestelados
nos sofás de um dos palácios de Saddam e o caos e
a onda de saques que tomou conta do país sem governo e sem
polícia. Enquanto os iraquianos contam seus mortos, a Síria
é acusada pelos Estados Unidos de possuir armas químicas
e acolher refugiados do regime de Saddam. O temor é que os
norte-americanos já tenham escolhido seu novo alvo antes
mesmo de iniciada a reconstrução do Iraque. 
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