A volta de um programa de entrevistas como o Canal Livre,
que fez história na Rede Bandeirantes por promover discussões
mesmo durante o regime militar, por si só já é
boa notícia numa programação assolada por Big
Brother e Casa dos Artistas. Na tevê brasileira,
debates só são vistos nas mesas-redondas futebolísticas
que pipocam em quase todos os canais.
Não que o novo Canal Livre, que vai ao ar aos domingos,
às 21h30, não se aproveite de outro megaevento para
reestrear no caso, as eleições. Tanto que as
primeiras edições trazem os quatro principais pré-candidatos
à Presidência, Ciro Gomes, Anthony Garotinho (prometido
para o domingo 2), José Serra e Luiz Inácio Lula da
Silva. Na estréia, Ciro Gomes, do PPS, foi apertado de quatro
lados: pela âncora Márcia Peltier e pelos jornalistas
Fernando Mitre, Marcelo Parada e, de Brasília, Fábio
Pannunzio.
Márcia Peltier, que assume a vaga já ocupada por Roberto
DÁvila, Belisa Ribeiro, Marília Gabriela, Sílvia
Poppovic e Flávio Gikovate, conduziu bem o programa, sem
deixar que o entrevistado fugisse das questões ou atropelasse
muito a entrevista e olhe que Ciro Gomes não é
tão fácil de controlar. Os entrevistadores confrontaram
o político, sem permitir que ele desse respostas fáceis.
Tanto que a certa hora, irritado com a insistência em uma
pergunta sobre bancos, o candidato encerrou a questão: Vá
provocar sua vovozinha....
O maior defeito do novo Canal Livre é o tempo. Uma
hora é muito pouco para um debate tão animado, a única
alternativa para quem deseja qualidade nos seus domingos à
noite. Vida inteligente aos domingos
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