Márcia
Goldschmidt caiu de pára-quedas na televisão em julho
de 1997. Dona de uma agência de consultoria em relações
afetivas, foi escolhida por Silvio Santos para comandar uma atração
em horário nobre no SBT, cuja fórmula havia se tornado
sucesso nos Estados Unidos. Márcia apresentava discussões
de casais até então restritas a quatro paredes. O
auditório palpitava no bate-boca e, não raro, a pancadaria
tomava lugar em frente às câmeras. O programa alcançou
picos de 22 pontos. Apesar do sucesso, ela foi tirada do ar um ano
depois da estréia obrigada a ceder seu lugar a Carlos
Massa, o Ratinho, apresentador de atração semelhante
na Record. Sem espaço na grade de programação,
viveu deprimida até o ano passado, quando a Band acenou com
o Hora da Verdade.
O programa,
que vai ao ar diariamente às 16h30, estreou em junho de 2001
e, em menos de um ano, Márcia aumentou a audiência
do horário em 127%. É líder na emissora. Freqüenta
com assiduidade o segundo lugar no Ibope. O sucesso rendeu-lhe um
convite para transferir-se para a Record. A Band não só
cobriu a oferta como garantiu-lhe mais um programa semanal. Tanto
assédio tem feito Márcia sorrir como nunca. Aos 39
anos, ela em nada lembra a apresentadora de tailleur e cabelo chanel
que tornou-se marcante na tela do SBT. Prefere assim. Quer esquecer
o passado e celebrar o presente, como revelou a Gente
na entrevista a seguir.
Por
que você recusou o convite da Record?
Tenho um apego muito grande à Band. O Johnny Saad é
um presidente de portas abertas. O Rogério Gallo (diretor
artístico da emissora) é 10. Esse relacionamento
conta na hora da decisão e preferi ficar na Band.
A
Record quis triplicar o salário?
Não falo sobre salário. Acho brega quem fala. Meu
valor não é meu salário. Quando você
é líder de audiência, você ganha mais,
é óbvio. Mas acho um assunto indelicado. Não
falo.
A
Band cobriu a oferta da Record?
Sim. A Band também melhorou minhas condições
de trabalho. Acho importante estar num lugar que me dê munição
para enfrentar a guerra pelo Ibope. Não me interesso em estar
apenas contratada de uma emissora. Eu quero dar resultado.
Antes
de o Luciano Callegari assumir a superintendência artística
da Record, seu programa era criticado pela antiga direção
da emissora.
Muitas pessoas criticam o meu trabalho. Mas por que tantas copiam?
Eu sou popular e sou feliz. Não sou sucesso de crítica,
mas sou de público. O fundamental para mim é isso.
Você
se chateia de ser chamada de sensacionalista?
Na Globo, as pessoas comem olho de cabra e depois vêm dizer
que a sensacionalista sou eu. Comer bicho não é sensacionalismo?
Eu não sou sensacionalista. A vida pode ser. Eu não
crio os fatos que eu apresento. Eu simplesmente apresento os fatos
que a vida cria. É muito mais fácil você apresentar
um programa de variedades em que todo mundo acha tudo uma gracinha
do que fazer o que eu faço.
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