Seus lançamentos na Inglaterra são tão aguardados
quanto o último disco do Oasis. Autor de Febre de Bola,
Alta Fidelidade e Um Grande Garoto, o escritor Nick
Hornby é o queridinho do mundo pop. Seu mais recente livro,
Como Ser Legal, está saindo agora no Brasil pela editora
Rocco (R$ 31, 308 págs.). Nele, não há menções
a futebol ou listas de melhores discos, e Hornby prova de novo que,
além de escritor pop, é romancista de qualidade.
Em Como Ser Legal, o personagem principal é uma mulher.
A bem da verdade, Katie Carr está mais para homem da casa
do que dona-de-casa. Ela é médica, casada, com dois
filhos. Seu marido, David, praticamente não trabalha. O livro
começa com a protagonista pedindo o divórcio, por
celular. Não agüenta mais o marido mal-humorado. A partir
daí, o romance se desenvolve como a tentativa de Katie de
reconstruir seu casamento ao mesmo tempo em que observa a transformação
de David em um quase desconhecido.
No
entanto, o livro não se contenta em ser um inventário
de um relacionamento moderno, mas também uma discussão
de individualidade versus coletividade, solidariedade versus bem-estar
pessoal. Com personagens facilmente identificáveis entre
os nossos amigos ou nós mesmos , Como Ser
Legal faz pensar e também diverte, ainda que não
seja tão engraçado como Alta Fidelidade. Hornby
continua a ser a voz da gente entre 20 e 30 e poucos anos. Porta-voz
de uma geração
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