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Crônica: Esperança chega ao fim como fiasco à italiana

Sábado, 08 de fevereiro de 2003, 20h35

Esperança não é mexicana, mas foi um verdadeiro dramalhão global. A novela das oito idealizada por Benedito Ruy Barbosa chega à última semana embalada por capítulos de um autor substituto, a protagonista Ana Paula Arósio afastada das gravações e a trama bastante desfigurada.

O fracasso ainda parece maior quando se lembra que a superestimada Esperança substituiu O Clone, "azarão" que se tornou o último sucesso da Globo no horário das oito. A tragédia poderia ser pior se o valente Reynaldo Gianecchini não tivesse demonstrado ter evoluído como ator na pele do italiano Toni e Priscila Fantin surpreendido como a doce e persistente Maria. Não que ela tenha roubado a cena, mas provou que pode se tornar uma excelente atriz.

A mudança de autores também não chegou a surtir grandes efeitos na audiência. Benedito entregou a novela com a marca de 35 pontos para Walcyr Carrasco e desde então o ibope subiu apenas 3 pontos na média.

No entanto, é evidente que Esperança ficou mais voltada para o humor, com um maior ritmo no andamento das cenas e os personagens mais estereotipados. Quem era meio vilão, virou vilão por inteiro, como é o caso de Farina, aliás, interpretado com maestria por Paulo Goulart, veterano ator que não se abalou com a reviravolta de seu personagem. A semelhança dos capítulos de Esperança escritos por Walcyr com o universo já explorado por ele em O Cravo e A Rosa também é indisfarçável.

A bizarra cena em que Simone Spoladore chega com uma galinha e impede o casamento dos personagens de Marco Palmeira e Gisele Itiê poderia ter sido protagonizada pelo caipira Januário, personagem de Taumaturgo Ferreira em O Cravo e A Rosa.

Mas incrível foi o diretor Luiz Fernando Carvalho. Talvez por não ter modificado seu estilo mesmo após a entrada de Walcyr, Esperança não tenha deslanchado nesta reta final. As cenas protagonizadas por Ranieri Gonzalez em que seu personagem leva eletrochoques foram perfeitas para espantar o espectador que tentava acompanhar a novela e afugentar possíveis novos admiradores. Tudo bem que o diretor foi coerente continuando com tomadas lentas, a iluminação ambiente e sem nenhum efeito de computador. O estilo pode até ser requintado e agradável de se assistir, mas a questão é por quantos capítulos ele se sustenta sem se tornar enjoativo.

O fato de Esperança ter abrigado participações de atores de nome no início da trama também pode ter o efeito contrário ao esperado. É evidente que se tivesse permanecido com Antônio Fagundes, Fernanda Montenegro, Walmor Chagas, Eva Wilma e José Mayer até o final, a novela teria muito mais "carregadores de piano" e uma maior possibilidade de suportar "adversidades" como as que aconteceram. Em vez disso, atores mais novos como Maria Fernanda, Gabriela Duarte, Gisele Itiê, Miriam Freeland, Emílio Orciollo Netto, Ranieri Gonzalez e Nuno Lopes não sustentaram a boa performance do início da novela e deixaram seus personagens no meio do caminho.

Por outro lado, Ana Paula Arósio ficou longe do destaque que conseguiu em Terra Nostra como a decidida Giuliana e mais longe ainda da ótima interpretação que apresentou em Hilda Furacão.

Fora da novela desde que teve uma crise nervosa, a atriz é forte candidata a ser a "nova Vera Fischer" da televisão. Tudo bem que a atriz também não é culpada de ter como colega de cena Paulo Ricardo, que como ator é um músico razoável. Já entre os personagens que mudaram de perfil com a entrada de Walcyr, Lúcia Veríssimo foi premiada com uma legítima metamorfose. Sua personagem passou de vilã fria e calculista para um abestalhada coroa apaixonada.
A saída de Raul Cortez antes do final da novela, no entanto, foi realmente o tiro de misericórdia na trama que seria um relato das relações que várias correntes de imigrantes tiveram ao chegar na São Paulo dos anos 30. Uma boa intenção que não se tornou realidade.

Rodrigo Teixeira/TV Press

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