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"Nunca gostei de histórias de vampiros", diz Tarcísio Meira

Sexta, 23 de agosto de 2002, 18h00

Com mais de 40 anos de tevê, já tinha passado pela sua cabeça fazer um vampiro numa novela?
Nunca em tempo algum. Mesmo porque vampiros não fazem parte da cultura brasileira. Essa novela não passa de outra grande brincadeira do Antônio Calmon. Assim como Um Anjo Caiu do Céu. Quando recebi o convite, pensei logo: "Como vou fazer para compor um vampiro?". Sei lá! Nunca vi um... Como eu posso saber? Não sei. O jeito é brincar em cima disso. Não tenho outra intenção senão me divertir e divertir o público também com essa história de vampiros.

Você costuma dizer que o mais importante na profissão de ator é fazer o público acreditar nos personagens que interpreta. Como pretende fazê-lo acreditar num vampiro?
Felizmente, nós, atores, estamos nos sentindo muito calçados. Afinal, reconheço o quanto é difícil para mim interpretar um personagem tão fora do comum. Do pouco que sei, vampiros costumam beber sangue. E não morrem jamais, não é mesmo? Eles não são eternos? São mortos-vivos que renascem a cada instante. Não há muito o que dizer sobre vampiros.

Você tinha o hábito de assistir a filmes do gênero, como aqueles protagonizados no cinema por Christopher Lee ou Bela Lugosi?
Não. Nunca gostei muito de histórias de vampiros. Nunca fui um aficcionado pelo gênero. Dos poucos que vi, não lembro de quase nada. Achava divertido e só. Mas também não quis ver ou rever nenhum deles. Não julguei necessário. Vi a novela Vamp, mas só alguns capítulos. Eu me divertia muito. A história era muito engraçada.

Qual foi sua reação ao se ver no espelho com olhos demoníacos e dentes pontiagudos?
Barbaridade! Na primeira vez que me olhei no espelho, levei um susto. Tive medo de mim mesmo. Cheguei a ter pesadelos à noite. Mais tarde, quando fiz o implante de cabelo, me senti o próprio sobrinho do Rei Arthur. Nunca estive tão cabeludão no vídeo. Ter cabelos compridos é muito chato. Sinceramente, não sei como as mulheres agüentam... Além disso, a armadura que uso compõe muito bem o personagem, com direito a elmo e a espada. Acho tudo muito divertido. Só não é mais divertido porque a armadura impede os movimentos. Às vezes, fica difícil até para andar...

As primeiras cenas de O Beijo do Vampiro foram produzidas em Portugal. Como foram as gravações?
As gravações foram ótimas. Quebrei duas costelas lá. Levei um escorregão no banheiro do hotel. Os banheiros de lá não têm chuveiro. O chuveiro deles fica em cima da banheira. E a banheira não tem qualquer proteção antiderrapante. Na hora que fui lavar a cabeça, meu pé escorregou e caí para trás. O chão devia estar todo ensaboado. Quando caí no chão, não lembro de mais nada. Foi horrível! Bati as costas, quebrei duas costelas... Doeu muito. Doeu não, ainda dói. Felizmente, não bati a cabeça nem a coluna.

Parece que você também se feriu durante a gravação de uma luta com espadas?
Cheguei a ler no jornal que tomei pontos no olho. Mas não tomei ponto nenhum. Houve um acidente numa cena de luta e eu me machuquei. Só isso. Por sorte, tenho um genro que é cirurgião-plástico. Ele anestesiou a região e colocou uma cola cirúrgica. Tudo teria terminado bem se a região não tivesse inchado. Fiquei de olho roxo como se tivesse levado um soco. Mas já estou recuperado. Fiquei uns seis dias em casa.

Você nunca pensou em deixar um dublê fazer as cenas mais perigosas...
A Globo tem lá uns dublês... mas, normalmente, eu não uso. Às vezes, eles escalam alguém para as cenas mais perigosas. Mas não tem essa de eu preferir fazer as cenas mais perigosas... Se pudesse, não faria. Mas já fiz muito. Já fiz tudo que podia na vida. Já passei por muito aperto. Até pouco tempo, nunca trabalhamos com dublês. Nós sempre fizemos todas as cenas. Inclusive, as mais perigosas. Por isso mesmo, estamos sujeitos a acidentes. Sempre acontece uma coisinha ou outra.

Na minissérie A Muralha, você também escapou por pouco de outro acidente...
É verdade. O cavalo caiu em cima de mim. Tive uma sorte danada. Não me aconteceu absolutamente nada. Nem a mim, nem ao cavalo. Na hora que fui descer do cavalo, ele caiu. Nós dois rolamos barranco abaixo. Durante a queda, vi as pernas do bicho balançando no ar. Na hora que estava caindo, só consegui me lembrar do Christopher Reeve. Foi horrível! Mas acidentes acontecem...

O Beijo do Vampiro é a segunda novela consecutiva que você faz do Calmon. O que mais chama a sua atenção no texto dele?
Ele escreve muito bem. Em O Anjo Caiu do Céu, por exemplo, a dupla ficou divertida porque aconteceu um encontro de personagens. O João Medeiros não levava o tal conflito de gerações a sério, enquanto o Rafa, no fundo, era um sujeito careta. Foi interessante também porque, no início, o João era um contestador e, depois de morto, assumiu atitudes conciliatórias. Além disso, achei engraçada a intimidade que ele tinha com Deus, a quem chamava de Julião. Se as pessoas vivessem mais o sentido festivo da religião, tudo seria mais divertido.

A Globo cogitou fazer um seriado inspirado nos personagens João Medeiros e Rafael. Que fim levou esse projeto?
Não levaram a idéia adiante. Não gosto muito de fazer seriado, porque o formato fixa muito o ator a um determinado tipo de personagem. Depois, para se livrar dele, é um sacrifício. Prefiro minisséries. Elas têm início, meio e fim. Desde o início, você já tem idéia da trajetória do personagem. Mas gosto de fazer novelas também. Afinal, você trabalha o personagem enquanto ele está vivo, acontecendo. É bacana traçar o passado do personagem e imaginar como ele se comporta diante dos acontecimentos futuros. É um exercício muito estimulante.

Mas não é frustrante quando o público de uma novela interfere na condução de uma trama ou na composição de um personagem?
De certa forma, sim. Talvez isso tenha acontecido em Araponga. As pessoas reclamaram do personagem tomar mamadeira, o que pessoalmente achava ótimo. E se queixavam da falta de um romance mais sério, o que obviamente não combinava com ele. Quando surgiu, forçou a barra. O personagem era bem melhor antes...

Em algum momento, o papel de "galã" chegou a incomodá-lo?
O fenômeno das primeiras novelas foi incrível. As pessoas nos conheciam como personagens e viviam nos confundindo com eles. Demoraram para ver que ali havia um Tarcísio Meira, uma Glória Menezes e assim por diante. Por isso, sempre tive cuidado de não desapontá-los. Mas também não quis me vilipendiar. Sei que, em alguns momentos, frustrei as pessoas. Aliás, acho que ainda frustro. O público espera que eu ande sempre em um carro de último tipo e se frustra ao me ver numa caminhonete ou num Fusquinha. Tenho um fusca lá no sítio e ando muito nele. Na verdade, o carro é da Glória e ela tem um ciúme danado dele.

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André Bernardo
TV Press

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