|
Sábado, 06 de abril de 2002, 20h00
|
Foto: Jorge Rodrigues Jorge
Carta Z Notícias
|
A atriz Adressa Koetz nunca leu uma linha sequer sobre clonagem. Mesmo assim, ela se considera uma especialista no assunto. Quando criança, ela se acostumou a interpretar clones infantis de Xuxa nos filmes A Princesa Xuxa e Os Trapalhões, de José Alvarenga Jr, e Lua de Cristal, de Tizuka Yamasaki. Já adulta, fez a versão "teen" de Vera Fischer na novela Laços de Família, de Manoel Carlos. Hoje, aos 20 anos, ela interpreta a tímida Soninha ao lado da mesma Vera Fischer em uma novela que se chama justamente O Clone. "Já estava virando uma sina", brinca a atriz. Mas a novela O Clone parece pôr um fim ao destino de Adressa. Na trama de Glória Perez, ela interpreta a funcionária do brechó de Ivete, personagem de Vera Fischer. Logo no comecinho da novela, ela se limitava a andar de um lado para o outro, arrumando umas bugigangas aqui, atendendo uns clientes ali. Até o dia em que o enigmático Léo, interpretado por Murilo Benício, entrou na loja à cata de Ivete e, sem nenhum motivo aparente, tascou um beijo na Soninha. "Algumas pessoas já reparavam em mim quando eu nem sequer abria a boca. Depois que rolou o beijo então, sinto que elas torcem pela Soninha", vibra Daqueles que vibram por um romance entre os dois, Adressa é a mais entusiasmada. "A Glória Perez bem que podia arranjar um namoradinho para ela", sugere. Antes de ser escalada para O Clone, Adressa já havia feito uma discreta participação em Andando nas Nuvens, de Euclydes Marinho. Mas a estréia mesmo aconteceu há dez anos, quando participou da primeira fase de A História de Ana Raio e Zé Trovão, na extinta Manchete, como a pequena Albinha, uma das irmãs da protagonista. Foi lá que ela conheceu o diretor Jayme Monjardim. "Eu sempre quis voltar a trabalhar com ele. Quando ouvi falar da novela, achei que a hora era essa", confessa. Mas Adressa não começou sua carreira na tevê. Antes de fazer Ana Raio e Zé Trovão, ela debutou no cinema em A Princesa Xuxa e Os Trapalhões, de José Alvarenga Jr. Um vizinho da família encorajou a mãe de Adressa, Dona Carmem, a levar a menina, então com sete anos, para fazer um teste. "Não fui eu que escolhi a profissão. Foi ela que me escolheu", diverte-se. A clonagem mais famosa da carreira de Adressa, porém, foi a de Vera Fischer em Laços de Família. E a mais polêmica também. Afinal, Adressa só foi escalada para o papel de Helena porque Lílian Mattos, de 15 anos, foi afastada das gravações por determinação da 1ª Vara da Infância e da Adolescência do Rio de Janeiro. O produtor de elenco da Globo, Luiz Antônio, telefonou às pressas para Adressa, então com 18 anos, substituir Lílian nas cenas em que a personagem de Vera lembrava de seu romance com Pedro, vivido por José Mayer. "Recebi o telefonema no sábado e, na segunda, já estava gravando. Foi corrido, mas fiquei satisfeita com o resultado", avalia. Até hoje, a atriz considera as cenas de Laços de Família como as mais difíceis de sua modesta carreira. Tudo por causa dos beijos calientes trocados entre Helena e o jovem Pedro, interpretado por Iran Malfitano, o Gui de Malhação. "Cena de beijo é sempre complicada porque envolve uma certa intimidade", explica. Desde então, a atriz adquiriu o hábito de gravar as cenas de que participa com o intuito de analisá-las depois. "Quando gravo uma cena, só fiz metade do meu trabalho. Gosto de ver o que fiz no estúdio até para saber onde tenho de melhorar", esclarece. Atualmente, Adressa Koetz concilia as gravações de O Clone com as aulas do quarto período do Curso de Artes Cênicas da Uni-Rio. Entre uma atividade e outra, ela gosta de preencher o tempo livre com cursos de especialização, como expressão corporal, canto e dança cigana. Embora seja contratada somente por obra, Adressa se diz tranqüila quanto ao seu futuro profissional. "Se eu tiver de ser chamada para outra novela, eu serei. Nada acontece por acaso", filosofa a atriz, confiante.
 |
André Bernardo
TV Press
mais notícias
|
