Boris Casoy, âncora da Rede Record, debateu a cobertura jornalística dos atentados de 11 de setembro contra os Estados Unidos durante o Primeiro Encontro Internacional de Televisão, que aconteceu nesta quinta-feira no Rio de Janeiro. Para Casoy, a maioria dos veículos de comunicação no Brasil está baseando sua cobertura nas notícias divulgadas pela rede norte-americana CNN sem refletir ou analisar o conteúdo de forma crítica.
"É muito perigoso quando a cobertura se baseia apenas em uma fonte e a CNN foi multiplicada pelas emissoras brasileiras", disse Casoy. "Sempre deixo bem claro que ainda não existem provas concretas sobre o caso. Por isso, procuro aproveitar também o material das concorrentes como a RTPI de Portugal, a BBC de Londres e a TV Espanhola."
Boris Casoy ainda chamou a atenção para o baixo número de correspondentes brasileiros no exterior. "O noticiário internacional vinha perdendo cada vez mais espaço e o desinteresse começou a ser sentido ainda mais com o fim da Guerra Fria", contou o âncora. "Por uma questão de sobrevivência, temos que trabalhar dentro de um orçamento e não houve um veículo de comunicação que não tenha reduzido ou acabado com suas equipes no exterior".
Apesar de fazer parte da TV Record, Casoy criticou o programa Cidade Alerta, um dos carros-chefes da emissora, por tratar os mais variados assuntos de maneira inadequada, como um "show".
"Eu particularmente procuro dar um tratamento diferente. Não gosto desses artifícios como câmera nervosa, trilha sonora emocionada, imagens chocantes visando dramatização. Sou contra qualquer tipo de sensacionalismo. Nunca sofri pressão para usar esse tipo de artifício".
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