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Vôlei

Medalhista olímpico volta às origens nos Jogos Universitários Brasileiros

Depois de conquistar a prata nos Jogos de Pequim, em 2008, e ouro no Mundial de 2005, Márcio Araújo encara os JUBs

25 out 2019 - 17h26
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Acordar cedo, encarar uma sala de aula, trabalhar e ter tempo para estar ao lado dos familiares. Essa rotina, que se enquadra na vida da maioria dos jovens universitários, faz parte da realidade do medalhista olímpico Márcio Araújo. Mesmo tendo em seu currículo conquistas como uma prata no vôlei de praia nos Jogos de Pequim, em 2008, ao lado de Fábio Luiz, e o ouro no Mundial de 2005, o atleta decidiu se dedicar aos estudos. Aos 46 anos, ele cursa educação física em uma faculdade no Ceará e disputa os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs).

Para Márcio Araújo, disputar a competição realizada em Salvador é gratificante. "Sou movido por desafios. Então esse foi um dos motivos que me fizeram voltar a atuar, mas jogar a nível universitário e não profissional. Uma das minhas motivações é de sempre querer coisas novas, de me reinventar", disse o atleta, em entrevista ao Estado.

Neste ano, o campeão mundial chegou a voltar ao vôlei de praia após dois anos parado. Mas a rotina profissional acabou atrapalhando os seus estudos. "Fui bem, cheguei a ganhar uma das etapas que disputei, mas estou focado em me formar e não quis dar continuidade", disse. "Apesar de eu já ter crédito como atleta olímpico, fazer uma faculdade é importante. Acredito que a maior riqueza do ser humano é a sabedoria. Na faculdade eu aprimoro os meus conhecimentos e posso evoluir como ser humano".

Além da faculdade, Márcio ainda divide sua rotina sendo professor de vôlei em uma escola particular e presidente do Instituto Cuca, organização sem fins lucrativos que desenvolve e promove atividades de formação, lazer e entretenimento para jovens, em Fortaleza. "Eu tenho me transformado em pai, professor, gestor, filho... Tudo o que posso fazer em 24 horas. Na verdade, 24 horas é pouco para mim", diz. Márcio Araújo afirma ter uma "rotina dura, mas organizada".

A convivência com os atletas mais novos é citada por ele como uma forma de ajudar quem quer se envolver com o esporte profissional. "Acredito que a minha experiência ajuda os jovens que treinam comigo. A minha forma de jogar, de pensar e até o meu comportamento. Hoje vejo jovens inseguros ou muito confiantes. Isso também me ajudou a entender como poderia ajudá-los a lidar com momentos críticos, já que atualmente não sofro nenhuma pressão porque jogo feliz e sem pensar nas consequências", explica.

Em seu time na faculdade, Márcio jogador e também costuma orientar os colegas. "A minha história ajuda a motivar os jovens. Procuro sempre conversar com eles e falar da minha experiência. Dou aulas para crianças e adolescentes e todos eles sabem das minhas conquistas. Até porque, hoje, é só pesquisar no Google e todo mundo tem as informações na palma da mão, não é?", brinca.

Com a equipe do UniAteneu, ele venceu a primeira partida dos JUBs contra o Unama, de Manaus, por 3 sets a 0 na quarta-feira. Os Jogos Universitários Brasileiros tiveram início no dia 21 e vão até o dia 28 de outubro, em Salvador, na Bahia. O evento conta com a presença de 2.500 atletas e técnicos, que participam de 13 modalidades esportivas.

Essa é a fase final do JUBs, que contou com edições estaduais que reuniram mais de 80 mil pessoas. A competição também serve de seletiva para eventos internacionais, como a Universíade, que é realizada a cada dois anos e engloba mais de 10 mil participantes de 170 países. A mais recente foi disputada em Nápoles, na Itália, em julho.

Estadão
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