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Vôlei

Maurício relembra final: "Sabia que íamos atropelar"

9 ago 2017 - 09h42
(atualizado às 10h03)
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Toda orquestra precisa de um maestro, e Maurício foi o regente do afinado time campeão olímpico em Barcelona, há exatos 25 anos. Jogando ao lado de jovens que jamais haviam disputado uma Olimpíada, o ex-levantador foi um dos grandes responsáveis por conduzir a equipe até a final, realizada no Palau Sant Jordi. Ao longo do percurso, algumas adversidades, "fantasmas", provações, porém nenhuma derrota.

Na grande decisão, a Seleção Brasileira reencontrou a Holanda, time contra o qual já havia conquistado uma contundente vitória na fase de grupos por 3 sets a 0. O placar se repetiu na final, como Maurício havia previsto antes do jogo, entretanto, hoje ele admite que a maneira como ele encarou a partida foi um tanto quanto "irresponsável".

"Eu já sabia que íamos atropelar. Inconscientemente e de maneira negligente eu achava que a gente já tinha uma medalha no peito. É claro, a diferença de uma medalha de ouro para uma medalha de prata é muito grande, mas fui muito tranquilo para o jogo. Hoje eu tenho consciência que foi uma coisa irresponsável da minha parte", disse Maurício, recordando causos engraçados da jovem equipe comandada por José Roberto Guimarães.

A grande razão para tamanha confiança de Maurício foi a vitória contra os EUA na semifinal. Depois de cair para os norte-americanos na decisão das Olimpíadas de Los Angeles, em 1984, e na semifinal dos Jogos de Seul, em 1988, a Seleção Brasileira, enfim, havia superado o fantasma das duas últimas edições do maior evento esportivo do planeta. E o técnico José Roberto Guimarães foi uma peça-chave para a quebra dessa importante barreira.

"Desde o início acreditamos no Zé Roberto, porque o Zé Roberto era um cara que não precisava conquistar o elenco com palavras, mas com atitudes. Ele sempre foi muito profissional e passava para a gente a competência dele através dos treinamentos, dos jogos. Apesar de ser um técnico jovem, já era muito competente. Foi campeão olímpico com 38 anos, é o técnico campeão olímpico de vôlei mais jovem da história", afirmou o ex-levantador.

Depois daquele dia 10 de agosto de 1992, a vida de todos que compuseram o elenco verde e amarelo em Barcelona jamais foi a mesma. Ainda que a ficha tenha demorado para cair, a repercussão envolvendo o nome daqueles garotos, juntamente com os experientes Carlão e Amauri, foi algo sem precedentes.

"Todo mundo diz que a primeira vez a gente nunca esquece, e é verdade. A repercussão daquele título foi completamente diferente de qualquer outra conquista que tive. Ser campeão olímpico é uma coisa para o resto da vida, não existe ex-campeão olímpico. É algo espetacular na vida de qualquer atleta, o ápice. As consequências daquela medalha de ouro foram estrondosas", concluiu Maurício, atual embaixador do vôlei masculino de Campinas.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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