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Talles Magno relembra racismo contra Miranda no Vasco, destaca posicionamento e diz: 'Temos que ser antirracistas'

Jovem criado na base do Cruz-Maltino ressaltou a importância de falar sobre o tema para que o preconceito seja combatido no futebol e na sociedade

13 nov 2021 - 07h59
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Criado no Vasco, Talles Magno joga pelo New York City atualmente (Foto: Divulgação/New York City)
Criado no Vasco, Talles Magno joga pelo New York City atualmente (Foto: Divulgação/New York City)
Foto: Lance!

Ainda não é comum ver jogadores de futebol se posicionando sobre temáticas sociais, mas recentemente algumas ações vêm mudando esse tipo de postura. Aos 19 anos, Talles Magno, criado no Vasco da Gama e hoje jogador do New York City, nos Estados Unidos, já se manifestou publicamente em pelo menos duas situações sobre racismo, incluindo pelo movimento Vidas Negras Importam, em junho de 2020. Para o garoto, é importante que os jogadores utilizem seu espaço para abordar o preconceito.

- O racismo é uma questão muito importante e muitas pessoas ainda não têm conhecimento. Eu busco aprender a cada dia e me posicionar. Sou negro, minha família é toda negra. Acho importante as pessoas verem que não basta não ser racista, temos que ser antirracistas. O que acontecer nesse mundo de racismo e chegar até mim eu vou tentar me colocar no lugar da pessoa, postar algo, mostrar que não tem diferença, somos as mesmas coisas. É difícil, espero que isso diminua cada vez mais. As pessoas tem que batalhar para conquistar as coisas e essa batalha vem sendo complicada para os negros, mas espero que todos consigam chegar no pódio dessa vida. Vidas negras importam, sim.

Neste mês de novembro, mais especificamente no dia 20, é celebrado o Dia da Consciência Negra, que faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares, em 1695. A data é utilizada para relembrar e reforçar a luta dos pretos contra a opressão no Brasil.

Apesar de não ter vivido na pele no futebol, Talles relembrou o caso de racismo sofrido pelo amigo Matheus Miranda em 2019, quando ele marcou o gol que garantiu a vitória do Sub-20 do Vasco sobre o Independiente, da Argentina. Na época, o zagueiro, que denunciou o caso à polícia, relatou ter sido ofendido por dois jogadores da equipe argentina. Um teria lhe chamado de "macaco", o outro de "negro imundo". Após balançar a rede, o jovem foi para a câmera e falou "macaco, não. Eu tenho orgulho da minha pele. Respeito".

- Comigo nunca aconteceu, mas já aconteceu com companheiros meus. Acho que está mudando, estamos conseguindo tirar o racismo do futebol e do mundo. Espero que possa continuar assim, as pessoas falando sobre isso, se colocando no lugar, de fato dialogando sobre isso. Não é legal, todos sabem. Aconteceu com o Matheus Miranda, meu amigo. Ele fez o gol e foi na câmera. Acho que foi a pessoa mais próxima de mim que já aconteceu. Me coloquei no lugar dele, dei todo apoio. O Vasco é um dos principais nessa causa. Que venha diminuindo isso e daqui há um tempo possa acabar no futebol - lembrou.

Talles Magno em ação pelo NYCFC (Foto: Divulgação/New York City)
Talles Magno em ação pelo NYCFC (Foto: Divulgação/New York City)
Foto: Lance!

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE de 2020, 56,10% da população brasileira se declara como negra, grupo que reúne pretos e pardos. No entanto, na Série A do Campeonato Brasileiro, apenas Marcão, do Fluminense, e Jair Ventura, do Juventude, são negros.

- Não tive tantos (treinadores negros na carreira). O Marcão com certeza é um exemplo. Espero que mais negros possam estar treinando grandes equipes. Já tive treinadores negros na base, o Vinicius Almada, por exemplo. Acho que não pode ter tanta diferença assim. Os negros têm menos oportunidades para chegar a ser treinador, mas isso está mudando graças a Deus - completou.

Lance!
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