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Tênis

Peng Shuai participa de nova videoconferência com o COI, que marca encontro com a tenista em janeiro

Após ser acusada de complacência com o governo chinês, entidade defende uma 'abordagem humana' para constatar a segurança da atleta; ex-número 1 do mundo desapareceu depois de acusar ex-vice-premiê do país de abuso sexual

2 dez 2021 - 09h11
(atualizado às 09h26)
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O Comitê Olímpico Internacional (COI) organizou uma nova reunião nesta com a tenista chinesa Peng Shuai nesta quarta-feira, respondendo às acusações de complacência com a China, ao defender sua "abordagem humana" da situação. A ex-número 1 do mundo estava desaparecida desde o começo de novembro, poucos dias depois de acusar o ex-vice-primeiro ministro, Zhang Gaoli, de 75 anos, de forçá-la a fazer sexo. A principal suspeita foi a de que a tenista poderia estar sofrendo represálias ou intimidações por conta da denúncia realizada. Um encontro na Suíça foi marcado para janeiro com Thomas Bach, presidente da entidade olímpica.

"Compartilhamos a mesma preocupação que muitas outras pessoas e organizações sobre o tema do bem-estar e a segurança de Peng Shuai, mas nós optamos por uma abordagem muito humana e centrada na pessoa", afirmou a entidade olímpica em um comunicado, sem divultar gravações de áudio ou imagens da conversa com a tenista. "Oferecemos um apoio muito grande, seguimos em contato regular com ela e marcamos um encontro presencial para janeiro."

Há cerca de duas semanas, Thomas Bach, conseguiu o primeiro contato de um interlocutor estrangeiros com Peng Shuai, falando com a atleta pela primeira vez por videoconferência. Desta vez uma equipe da entidade conduziu a segunda videoconferência de meia hora, na qual a tenista "parecia em segurança e bem, levando em consideração a situação difícil em que se encontra".

Como em seus comunicados anteriores sobre o caso, o COI não faz referência às acusações de agressões sexuais que Peng Shuai apresentou no início de novembro contra um ex-dirigente do governo chinês. Não pediu esclarecimentos sobre o tema nem garantias sobre as liberdades de movimentos da atleta.

A postura, vista por muitos como uma maneira de manter a relação com a China, que será a sede em Pequim dos Jogos Olímpicos de Inverno dentro de dois meses (4-22 fevereiro de 2022), contrasta com a decisão anunciada na quarta-feira pela WTA, que administra o circuito feminino profissional de tênis, de suspender seus torneios no país.

"Existem diferentes formas de garantir seu bem-estar e segurança. Adotamos uma abordagem muito humana e centrada na pessoa para lidar com a situação", justificou o COI, defendendo o contato direto com o regime chinês: "Como trata-se de uma participante de três Jogos, o COI aborda suas preocupações diretamente com as organizações esportivas chinesas".

"Recorremos à 'diplomacia discreta' que, dadas as circunstâncias e a experiência de governos e outras organizações, é considerada o meio mais promissor de reagir de maneira eficaz neste tipo de caso humanitários", acrescentou a entidade.

Estadão
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