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Tênis

Governo da Espanha investiga possível entrada irregular de Djokovic no país

Número 1 do mundo esteve na cidade de Marbella, onde assumiu residência fixa, nos primeiros dias do ano

13 jan 2022 - 00h49
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Depois da Sérvia, agora é a vez da Espanha investigar o tenista Novak Djokovic. O sérvio pode ter entrado de forma irregular em solo espanhol, de acordo com a rádio espanhola Cadena Cope. O número 1 do mundo esteve na cidade de Marbella, onde assumiu residência fixa, nos primeiros dias do ano.

Segundo a rádio, os Ministérios do Interior e da Imigração apuram se o atleta entrou legalmente na Espanha porque o país mudou suas regras de entrada em setembro por causa da pandemia de covid-19. Desde então, só pode entrar no país quem apresenta comprovante de vacinação completa e se enquadra em 10 requisitos profissionais e sociais.

Djokovic poderia entrar pelo critério "trabalhador altamente qualificado e atleta profissional". Mas, neste caso, a entrada teria que ser motivada pela inscrição num torneio de tênis, o que não era o caso. Nenhum dos dois ministérios informou à rádio se o tenista já aparece no cadastro do governo como residente fixo no país.

O sérvio, que admite não ter tomado vacina contra a covid-19, chegou à Espanha no dia 31 de dezembro e permaneceu em Marbella até o dia 3 de janeiro. Vídeos nas redes sociais comprovam a passagem do tenista pela cidade. Alguns mostram até o tenista treinando em quadra dura, o mesmo tipo de superfície onde é disputado o Aberto da Austrália, que começa na segunda-feira.

A passagem do número 1 do mundo pela cidade espanhola nos primeiros dias do ano ganhou o noticiário nesta semana por conta de um erro constatado em seu formulário de entrada na Austrália. No documento pede-se ao visitante que revele se esteve viajando por outros países no período de 14 dias anteriores ao desembarque em solo australiano.

Djokovic anotou a opção "não". Mas imagens nas redes sociais comprovaram que ele esteve em Belgrado, na Sérvia, e também em Marbella neste intervalo de duas semanas. Em comunicado divulgado nesta quarta, o sérvio culpou um integrante de sua equipe pelo erro. E disse que não foi "deliberado".

O erro pode se tornar determinante na decisão do governo australiano em deportar ou não o sérvio. Seu visto foi cancelado logo ao desembarcar em Melbourne na semana passada por não justificar a "permissão médica especial" que havia obtido junto ao governo do Estado de Victoria, onde fica a sede do Aberto da Austrália. O tenista recorreu à Justiça local e obteve o direito de permanecer. Mesmo assim, ainda corre risco de deportação.

No mesmo comunicado divulgado no início desta quarta, o atleta revelou ter participado de eventos públicos na Sérvia em dezembro, quando estava com covid-19. Por ter quebrado o isolamento exigido pelo governo sérvio, ele está sendo investigado em seu país. De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian, ele pode receber uma multa ou enfrentar até mesmo a prisão na Sérvia.

Um dos eventos em que esteve, quando estava infectado, foi uma entrevista, seguida de sessão de fotos, com o jornal esportivo francês L'Equipe, em Belgrado. Djokovic disse ter se arrependido por não ter adiado o compromisso. O sérvio não havia revelado ao repórter e fotógrafo que havia testado positivo para a covid-19.

A decisão causou uma nota de repúdio por parte dos copresidentes da Associação Internacional dos Jornalistas de Tênis (ITWA, na sigla em inglês). "A notícia de que Novak Djokovic não contou a um dos nossos membros - e ao resto do grupo do L'Equipe naquele dia - que havia testado positivo para a covid-19 é algo profundamente preocupante. Como jornalistas, tomamos grande cuidado para aderir a todas as regras relacionadas à covid-19, em qualquer lugar, e esperamos que os tenistas façam o mesmo", afirmaram Simon Cambers e Isabelle Musy.

Estadão
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