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Tênis

Federer e Nadal agitam política do tênis nos bastidores do US Open

Com a volta dos dois atletas, Conselho dos Jogadores tem a presença dos três melhores tenistas do mundo

26 ago 2019 - 09h56
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Os bastidores do US Open vão contar com tempero extra nesta edição, em razão da movimentação política no Conselho dos Jogadores. O importante órgão, que tem influência direta na gestão da ATP, passou a ter dois acréscimos de peso a partir da reunião realizada na sexta-feira, em Nova York: Roger Federer e Rafael Nadal.

Ambos voltaram para ajudar a entidade, que se viu envolvida em polêmicas nos últimos meses. Os episódios direcionaram holofotes sobre o Conselho e causaram a saída de três tenistas: o holandês Robin Haase, o britânico Jamie Murray e o ucraniano Sergiy Stakhovsky. Federer, Nadal e o austríaco Jürgen Melzer entraram em seus lugares, com mandato até a edição 2020 de Wimbledon.

O retorno de Nadal e Federer gerou expectativa inicial de que eles podem desequilibrar as forças políticas dentro do Conselho, que conta com 12 integrantes. A dupla poderia se colocar na oposição a Djokovic, deixando o sérvio mais isolado na entidade.

O brasileiro Bruno Soares, contudo, minimiza qualquer chance de atrito dentro do órgão. "O clima da primeira reunião, já com a presença deles, foi normal. O retorno deles não deve causar nenhuma divisão no Conselho. Obviamente, quando se juntam dez pessoas numa sala e você tem que votar certos assuntos, as opiniões serão diferentes. Isso é normal. Mas não acho que vai criar divisões", disse, ao Estado, o tenista que integra o órgão.

"Estou há cinco anos no Conselho e nem toda decisão nossa é unânime. É difícil isso acontecer", revelou o duplista. "Naturalmente, a recepção deles foi superpositiva. É muito bacana poder ter os três melhores do mundo bem ativos no Conselho. E apoiando a causa dos jogadores, mostrando interesse em fazer a diferença. O mais importante para a gente é a força que criamos quando temos os três melhores do mundo à nossa frente."

Para o brasileiro, a movimentação política nos bastidores não deve afetar o que acontece durante os jogos. "Acho que as decisões não mudam a rivalidade dentro de quadra. Para nós, é bem claro que ali estamos tomando decisões que acreditamos que sejam as melhores para o esporte, para todos os jogadores, de forma geral, e não defendendo interesses próprios. Esse é o desafio de cada jogador ali presente", afirmou.

O primeiro grande motivo de atrito entre o Conselho e os demais tenistas foi a posição favorável da entidade a favor da saída de Chris Kermode do cargo de presidente da ATP ao fim deste ano. Nadal e Federer, além de outros tenistas do Top 20 do ranking, se manifestaram publicamente contra a saída do dirigente.

Também causou desgaste, principalmente entre Djokovic e outros membros do Conselho, a saída de Justin Gimelstob. O norte-americano, que era um dos três representantes dos jogadores no Board da ATP, foi condenado pela Justiça dos EUA por agressão. Sua saída era pedida por tenistas antes mesmo da condenação. O sérvio foi um dos poucos que defendeu o ex-jogador. "No último ano, tivemos alguns altos e baixos em muitos assuntos", admitiu Nadal, logo após o anúncio do seu retorno ao órgão.

O Conselho dos Jogadores tem como sua maior função discutir as demandas dos tenistas, dos juvenis aos profissionais, a serem encaminhadas à ATP. Sistema de pontuação do ranking, calendário e premiações são alguns dos principais temas discutidos. Neste ano, também passaram a discutir sobre a Copa da ATP, novo torneio entre países que terá sua estreia no circuito em janeiro de 2020.

Estadão
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