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Tênis

Em último lugar no ranking, Bia Haddad evita projetar metas em retorno ao tênis

'Eu busco estar saudável, manter as coisas que venho fazendo com a minha equipe, que sempre foi priorizar o meu físico', diz a tenista

11 ago 2020 - 05h10
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Sem competir desde julho do ano passado, Beatriz Haddad Maia superou nos últimos meses uma punição por doping e a paralisação do circuito por conta da pandemia de coronavírus para poder voltar às competições. A principal tenista brasileira ainda não tem data exata para retornar porque ainda não definiu seu calendário, mas já avisou que não tem pressa para recuperar o alto nível e o seu ranking. Nesta semana, ela apareceu na 1339ª colocação, a última da lista da WTA.

"Eu busco estar saudável, manter as coisas que venho fazendo com a minha equipe, que sempre foi priorizar o meu físico", disse Bia Haddad ao Estadão, ao ser questionada sobre suas metas no retorno ao circuito. "Quero jogar o meu tênis tranquila, solta. E o resto quero deixar como consequências, como acontece com os resultados."

A tenista não joga uma partida oficial desde o dia 4 de julho de 2019 porque foi suspensa por doping. Ela levou um gancho de dez meses por testar positivo para metabólitos de SARM S-22 e SARM LGD-4033, substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

Sua defesa conseguiu comprovar que o resultado positivo foi resultado de uma contaminação de suplementos vitamínicos que ela vinha ingerindo para complementar sua dieta - a mistura teria acontecido na própria farmácia de manipulação que produziu os suplementos. Isso acabou amenizando a punição, que poderia ter sido maior.

Seu retorno aos torneios, portanto, poderia acontecer a partir de 22 de maio deste ano. Mas a pandemia do novo coronavírus atrasou a sua aguardada volta às quadras. A saída foi reforçar o trabalho físico e improvisar treinos. Nas últimas semanas, com apoio da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), ela treinou em Itajaí (SC), local que até então vinha apresentando baixo número de infectados e de mortos por covid-19. Ela teve a companhia de outros tenistas, como o próprio namorado, Thiago Monteiro, número 1 do País.

"Essa preparação tem sido um pouquinho diferente. Na verdade, acho que ninguém está se sentindo 100% fazendo as coisas como fazia antes. Então está todo mundo se adaptando, fazendo da forma que dá", disse Bia, que já foi a 58ª do mundo. "Acho que tem que ser resiliente, temos que nos adaptar. Os tenistas estão muito acostumados com isso, jogamos em situações diferentes, com bolas diferentes, altitude, clima, vento, chuva. É tudo mais uma lição para a gente aprender."

O circuito feminino retornou na semana passada, com a disputa do Torneio de Palermo, na Itália. Enquanto as rivais entravam em quadra no saibro italiano, Bia Haddad disputava uma exibição com Carolina Meligeni, na sexta-feira, em São Paulo. Bia levou a melhor sobre a amiga por 6/2 e 6/3.

Dois dias depois, elas e João Menezes e Thomaz Bellucci embarcaram para Portugal para se integrarem a atletas de outras modalidades onde o Comitê Olímpico do Brasil (COB) montou uma "bolha" na tentativa de dar oportunidade a treinos mais completos aos brasileiros, diante das restrições atuais em solo nacional.

Foi a primeira viagem internacional de Bia Haddad em 14 meses. Em solo português, os quatro tenistas treinarão por 15 dias. Depois, cada um deve seguir o seu rumo. Bia vai permanecer na Europa para jogar torneios da ITF, de nível US$ 15 mil e US$ 25 mil, categorias abaixo da WTA. Seu calendário deve ser anunciado nas próximas semanas.

Estadão
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