Após polêmica, Brasil Open tira jogos de quadra para manutenção
A polêmica da qual foi alvo a Quadra 2 do Ginásio Mauro Pinheiro, uma das sedes do Brasil Open, fez a organização do torneio interromper as atividades programadas nesta quinta-feira para realizar manutenção no local. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do evento.
Segundo a programação que havia sido divulgada pelo torneio na quarta-feira, três partidas de simples ocorreriam nesta quinta na Quadra 2, a partir das 12h (de Brasília): Carlos Berlocq x Albert Ramos, Pablo Andujar x Albert Montañes e Guido Pella x David Nalbandian.
Devido à manutenção que ocorre no local desde a última noite, os jogos foram trocados para a Quadra 1, também no Mauro Pinheiro, onde os dois campos de jogo são localizados lado a lado, separados por apenas uma rede. A previsão é que a Quadra 2 retome o funcionamento normal na sexta-feira - além de jogos, o lugar é usado também para treinamento dos atletas.
Antes, três partidas de duplas já estavam programadas para a Quadra 1: Frantisek Cermak/Michel Mertinak x Marcelo Demoniler/Pedro Zerbini, Juan Sebastian Cabal/Santiago Giraldo x Alexander Peya/Bruno Soares e Thomaz Bellucci/João Souza x Simone Bolelli/Fabio Fognini. As duas primeiras foram mantidas, mas o jogo reunindo os brasileiros Bellucci e Feijão foi adiado para sexta-feira.
A decisão ocorre após um dia de bastante polêmica. No início da rodada desta quarta-feira, os alemães Christopher Kas e Dustin Brown se irritaram com as condições da mesma Quadra 2 do Mauro Pinheiro, em São Paulo, e disseram durante o jogo as palavras "quadra de m...". Logo depois, receberam como punição do árbitro de cadeira a perda automática de um ponto.
Segundo contou Kas ao Terra, o episódio ocorreu após Brown tropeçar na linha e "quase se machucar". Os alemães perderam o jogo para os italianos Simone Bolelli e Fabio Fognini, parciais de 7/5 e 6/2. Depois da partida, Bolelli disse à reportagem que não considerava a quadra regular para receber partidas de um ATP 250 como o de São Paulo.
Armando de Fanti, gerente da Brascourt, empresa contratada pela Koch Tavares, promotora do Brasil Open, para montar as quadras, foi questionado na noite de quarta-feira pela reportagem sobre as condições da quadra. Ele as considerou como "normais": “não vou dizer que está 100% porque nunca está, mas estamos fazendo o máximo possível para deixar melhor para os jogadores”.
De Fanti admitiu que no último domingo, após uma “reclamação generalizada dos atletas do qualificatório” do torneio, houve uma reunião com membros da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) “e chegamos a um consenso que para agradar os jogadores” em fazer “uma manutenção que durou oito horas para sanar possíveis imperfeições”. Ele diz que foram “achadas quatro imperfeições no fundo da quadra” do Ginásio do Ibirapuera, as quais acabaram corrigidas, de acordo com De Fanti.
O Ginásio do Ibirapuera é a quadra principal do Brasil Open. Durante a tarde, o espanhol Rubén-Ramírez Hidalgo tropeçou e torceu o tornozelo direito nessa quadra, desistindo da partida contra o brasileiro João Souza, o Feijão. Este considerou o incidente uma “fatalidade”, mas colegas como o argentino David Nalbandian e o português Gastão Elias analisaram que as condições irregulares do saibro culminaram com o escorregão – hipótese na qual De Fanti não acredita.
Gerente geral do Brasil Open, Roberto Burigo conversou duas vezes com o Terra nesta quarta, uma no início e uma ao fim da rodada. Ele disse que durante o dia não havia recebido nenhuma reclamação por parte dos tenistas sobre as condições de jogo, o que ocorrera anteriormente.
Ele afirmou que antes do torneio houve um problema no Mauro Pinheiro com goteiras, o que atrasou a finalização das quadras. Sobre o Ibirapuera, apontou que houve "um prazo curto para ser construída uma quadra de saibro" devido a outros eventos ocorridos no local em janeiro, como o UFC SP. Ele destacou ainda que um trabalho de "raspagem, nivelamento e troca do pó de telha que fica por cima" é feito entre os jogos e todas as noites pelos funcionários da manutenção.
Após solicitação de entrevista por parte da reportagem, a ATP informou nesta quinta-feira que o supervisor da entidade presente no torneio, o sueco Lars Graf, não se pronunciaria sobre o tema. Por meio de um porta-voz, a entidade afirmou que "está trabalhando junto ao torneio para melhorar as condições das quadras".
Veja a programação atualizada desta quinta-feira no Brasil Open:
Quadra Central (Ginásio do Ibirapuera)
12h
S Bolelli (ITA) vs [3] J Monaco (ARG)
Não antes das 14h30
[Q] P Capdeville (CHI) vs [2] N Almagro (ESP)
Não antes das 17h
F Volandri (ITA) vs [5] T Bellucci (BRA)
Não antes das 20h
[1] [WC] R Nadal (ESP) vs [Q] J Souza (BRA)
Quadra 1 (Ginásio Mauro Pinheiro)
12h
[3] F Cermak (CZE) / M Mertinak (SVK) vs [WC] M Demoliner (BRA) / P Zerbini (BRA) 23
Não antes das 14h
C Berlocq (ARG) vs [8] A Ramos (ESP) 00
[7] P Andujar (ESP) vs A Montanes (ESP)
G Pella (ARG) vs D Nalbandian (ARG)
J Cabal (COL) / S Giraldo (COL) vs [2] A Peya (AUT) / B Soares (BRA)
