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Suprema Corte da Suíça acolhe recurso e Semenya pode competir entre as mulheres

Atleta sul-africana de 28 anos teve uma vitória nos tribunais nesta segunda-feira

3 jun 2019 - 14h52
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Pivô de uma grande polêmica nos últimos meses, a sul-africana Caster Semenya, de 28 anos, teve uma vitória nos tribunais nesta segunda-feira e pode voltar a competir entre as mulheres. De acordo com seus advogados, o Tribunal Federal da Suíça, a Suprema Corte do país europeu, deu ganho de causa temporário à atleta em seu recurso contra o entendimento da Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), que manteve a decisão da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) de que mulheres com níveis elevados de testosterona não poderão participar das disputas de 400 a 1.500 metros.

"O Tribunal Federal da Suíça ordenou que a IAAF imediatamente suspenda a implantação da regulação de eligibilidade contra Caster Semenya, possibilitando a ela competir sem restrições na categoria feminina enquanto seu recurso está pendente", afirmaram os advogados da sul-africana em um comunicado oficial emitido nesta segunda-feira.

"Eu sou uma mulher e uma atleta de nível mundial. A IAAF não vai me drogar ou me fazer parar de ser quem eu sou", afirmou Semenya em uma comunicado oficial emitido pelos seus advogados na última quarta-feira, quando a atleta entrou com o recurso no Tribunal Federal da Suíça.

A IAAF declarou que não recebeu qualquer comunicado do Tribunal suíço e que, por isso, não pode fazer qualquer comentário a respeito do assunto. "Não recebemos qualquer informação do Tribunal Federal da Suíça e, por isso, não podemos comentar nada no momento", disse um porta-voz da entidade máxima do atletismo, que está sediada em Montecarlo.

Em sua decisão anunciada no último dia 1.º de maio, a CAS decidiu que é necessário criar um grupo de trabalho composto pelo diretor médico do COI, o britânico Richard Budgett, um representante da IAAF e especialistas do mundo da ciência e da ética e representantes dos atletas e das federações internacionais.

Dois dias depois, Semenya pode ter feito a sua despedida em competições oficiais no atletismo. A bicampeã olímpica dos 800 metros venceu a prova na etapa de Doha, no Catar, que abriu a temporada de 2019 da Diamond League.

Para provas de meia distância, ficou estabelecido um limite de 5 nanomols de testosterona por litro de sangue. Mas Semenya, por uma condição endócrina chamada hiperandrogenismo, produz naturalmente o hormônio em excesso. Ela deverá tomar medicamentos para reduzir os seus níveis de testosterona se quiser competir entre as mulheres.

Estadão
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