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Sensação da natação nos Jogos da Juventude troca a bola pela piscina

André Calvelo fará mais três provas em Buenos Aires e já tem uma medalha de prata no revezamento misto

9 out 2018 - 05h11
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O grande nome do Brasil na natação nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires é André Calvelo, que preferiu deixar a bola de lado para se dedicar às piscinas. Enquanto seu irmão Wagner é o capitão do time de futebol Sub-20 do Santos, o garoto de 18 anos está na Argentina em busca de fazer história.

Ele já ganhou uma medalha de prata no revezamento 4 x 100 m livre misto, ao lado de Lucas Peixoto, Rafaela Raurich e Ana Carolina Vieira. Isso em sua estreia na competição. Hoje o nadador disputa as eliminatórias dos 50 m livre e o revezamento 4 x 100 m livre masculino. Está ainda em sua programação os 100 m livre, outra especialidade do atleta. O sonho é chegar a quatro pódios, um recorde para o Brasil.

"Sei que estar nos Jogos da Juventude é uma responsabilidade grande porque esse campeonato é muito importante. Todo mundo está bem treinado aqui e não tem ninguém brincando de nadar. Eu quero sempre o melhor e o mérito de estar no top 3 das duas provas, nos 50 m e 100 m livre, é sensacional. Quero manter essa tradição do Brasil, do Matheus Santana, do Cesar Cielo", comentou.

Matheus, da natação, e Flávia Saraiva, da ginástica artística, são os recordistas brasileiros nos Jogos da Juventude com três medalhas cada. Um pedaço da meta Calvelo já conquistou com a prata no primeiro dia de disputas. "Acho que esse pódio tira 25% do peso que eu tinha nas costas. Ainda tem o revezamento masculino e as duas provas individuais. Sem dúvida vou buscar essas outras medalhas", avisou o atleta.

O nadador é de Santos e começou a nadar por questões de segurança. "Minha família nunca teve uma renda boa, e com 4 ou 5 anos fomos numa casa com piscina. Meus pais colocaram um portão de cachorro para a gente não entrar, mas quando viram já era tarde demais, eu e meu irmão já estávamos na água. Então eles decidiram que a gente tinha de aprender a nadar", contou.

Calvelo não apenas aprendeu a nadar como começou a levar a sério a modalidade. No início, claro, era só por diversão. Mas quando ele chegou aos 14 anos, tomou a decisão que guia sua vida de atleta até agora. "Toda minha família é de esportistas. Eu joguei no Santos, mas via que a diferença para o meu irmão no futebol era enorme. Percebi que não era minha área e optei pela natação."

Ao mesmo tempo que se dedica à modalidade, ele ainda tem um canal no YouTube, o Calvelo Crazy. O vídeo mais recente é de quando chegou à concentração do Time Brasil, antes de os Jogos da Juventude começar. Em Buenos Aires, ele está com o apoio da família. "Minha mãe e meu pai vieram. É emocionante, ouvi eles gritando, fico sem palavras. Quando anunciou a medalha na hora do pódio, passa na cabeça tudo que foi treinado em Santos e no Rio. Valeu a pena e está valendo", disse, visivelmente emocionado.

Ele reconhece que conquistar quatro medalhas é um desafio enorme, mas admite que vai brigar por isso em todas as provas. Com cabeça boa, ele espera ter uma carreira longa e vitoriosa. "Eu não bebo, não saio, acho que se mantiver isso até acabar minha carreira, com uma vida regrada, tenho tudo para ir longe", explicou o nadador, que é evangélico.

Estadão
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