PUBLICIDADE

Scheidt admite erro no Rio 2016 e prevê dificuldades com Tóquio 2020

15 set 2017 - 08h22
(atualizado às 20h43)
Compartilhar
Exibir comentários

Robert Scheidt é um dos velejadores brasileiros mais vitoriosos em Olimpíadas e poderia ter conquistado a sua sexta medalha no maior evento do mundo durante o Rio 2016, entretanto terminou na quarta colocação apesar de ter vencido a medal race. Em entrevista à Gazeta Esportiva, o atleta de 44 anos admitiu que poderia ter conseguido ter conquistado uma medalha no ano passado, entretanto se disse satisfeito com seu desempenho.

"Para mim foi muito próximo, foram apenas dois pontos. Antes da medal race, eu estava perto da liderança, mas não velejei bem, larguei mal e fiz regata de recuperação. Caí para quinto, e mesmo ganhando (a última regata), fiquei dependendo da matemática. No final foi positivo. Seria minha sexta medalha, um recorde (Torben Grael também tem cinco medalhas olímpicas), mas acho que fiz uma boa campanha", declarou.

Além disso, o duas vezes medalhista de ouro olímpico na classe Laser - a mesma em que ele competiu nos Rio de Janeiro - negou que a idade o atrapalhou. Ele ainda analisou a participação da equipe de vela brasileira em 2016.

"Acho que não (atrapalhou). Teria sido mais confortável competir com 25 anos, porque sua capacidade de recuperação é maior e você aguenta maior carga de treino. Tive muito cuidado com a carga de treino. Uma coisa é o instinto e outra a possibilidade de lesionar. Isso, com 25 anos, você pode fazer o que quiser. Com 43, o corpo reage diferente. Não afetou o resultado. Me senti bem durante os Jogos Olímpicos", disse Scheidt.

"Acho que em um cenário altamente positivo, teríamos a chance de três ou quatro medalhas, mas isso com tudo dando certo. As classes que tinham a maior chance ficaram próximas do pódio. A Martine (Grael) e Kahena (Kunze) eram a dupla certa, na hora certa e no auge da carreira", completou o 13 vezes campeão mundial.

Robert Scheidt também destacou que os atletas irão ter mais dificuldades para se prepararem para os Jogos Olímpicos 2020 - que serão disputados em Tóquio -, elogiou a geração atual e ressaltou a atual gestão da Confederação Brasileira de Vela (CBVela).

"A vela tem muito a questão de treinar onde você vai competir. No Japão vai ter um investimento muito diferente do Brasil, quando as pessoas, os melhores do mundo, vinham treinar aqui. Então é um pouco mais difícil pela viagem", comentou. "Acho que temos ótimos talentos, como o Jorginho e a Patrícia, e os velejadores mais consagrados, como Fernanda Oliveira e o Bimba (Ricardo Winicki). Acho que essa é uma boa mistura. Vamos torcer para continuarmos representando bem o país".

"A confederação teve mudanças. Até quatro anos atrás ela era muito problemática. Depois teve a criação da CBVela que iniciou uma gestão profissional. Acho que a vela está em boas mãos. Temos um bom apoio do Comitê Olímpico e quanto mais patrocínio, mais vão investir".

Por fim, o velejador paulista negou que para praticar vela seja necessário se ter muito dinheiro. "O esporte de alto nível requer investimento. Em outra modalidade a pessoa também precisa de mais dinheiro, porque ela precisa viajar e tudo tem um valor maior".

"Não é preciso ter tanto investimento para velejar. Dá para ter um barco pelo prazer. Comprar um barco utilizado. A pratica da vela não é um investimento tão alto, só que nas Olimpíadas tem muito investimento. Muita gente não sabe disso. Além disso, as pessoas têm receio de levar o filho para a água. Ainda tem muito receio e existem barreiras. Então tem que ir quebrando (as barreiras) e ir divulgando (o esporte), porque você aprende sobre meteorologia e muitas outras coisas na vela. Isso é bom para a criança".

*Especial para a Gazeta Esportiva

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade