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Tréllez: 'Estar no São Paulo me credencia a brigar por vaga na seleção'

Amigo de infância de James Rodríguez, atacante de 28 anos espera aproveitar vácuo deixado por veteranos da Colômbia

16 ago 2018 - 05h10
(atualizado às 05h10)
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Aos 28 anos, Santiago Tréllez se cansou da vida cigana. Confessa que tomou decisões equivocadas quando era mais jovem pelo fato de querer ser sempre titular nos muitos clubes pelos quais passou. O São Paulo é o 12º da lista. Vindo do Vitória, da Bahia, em janeiro deste ano, assinou por quatro temporadas para fincar raízes no Morumbi. Espera, com isso, chamar a atenção de quem estiver dirigindo a seleção colombiana - o atual, o argentino José Pékerman, não deve seguir no ciclo para a Copa de 2022.

A renovação da seleção de seu país também passa pelos atacantes. Carlos Bacca e Falcao García, dois que estiveram no Mundial da Rússia, no mês passado, terão 36 anos cada um no torneio que será disputado no Catar. É essa provável lacuna que Tréllez espera preencher ao lado de peças mais jovens, como Borja, 25, e Muriel, 27.

Seria um retorno de quem passou por todas as seleções de base do país. Em 2007, disputou o Sul-Americano e o Mundial Sub-17 ao lado de James Rodríguez, hoje um astro do futebol europeu e com quem mantém relação desde pequeno: "Jogamos PlayStation online quase todos os dias", revela Tréllez, nesta entrevista exclusiva ao Estado que você confere abaixo.

Você tem feitos gols importantes em jogos importantes. Ter paciência foi algo que aprendeu com o decorrer da sua carreira?

Sim, a verdade é que quando você vai vivendo muitas coisas na carreira, aprende muito. Já passei por muitos clubes. Não posso falar que me arrependo de tomar certas decisões, mas às vezes, quando você é muito jovem, não pensa bem e só quer jogar de titular. Tomei decisões ruins por não saber esperar meu momento, mas sou um cara que trabalha muito, independentemente de estar jogando ou não. Agora que estou passando por uma boa fase, é algo maravilhoso, um reflexo do que estou passando no dia a dia.

Você jogou o Sul-Americano e o Mundial Sub-17 de 2007 ao lado do James Rodríguez. Como é a relação entre vocês?

A gente jogou nas seleções de base juntos, mas antes já tínhamos uma relação. Meu pai jogou com o pai dele, então, desde pequeno a gente se conhece e tem uma amizade muito fechada até agora...

Mas voces eram amigos de frequentar a casa um do outro?

Sim, a gente mora na mesma cidade, Medellín. Quando estamos de férias, ele vai pra lá. Já fui a Madri (visitar James no Real Madrid), à Alemanha (na passagem do amigo pelo Bayern de Munique)... A gente se fala muito, joga PlayStation quase todo dia online, falamos pelo Facetime. Temos uma relação bem bacana. Logicamente que quero estar na seleção, e a oportunidade agora depois da Copa do Mundo, que tem muitos jogadores que, pela idade, não vão chegar até a próxima Copa, acho que é uma boa chance pra eu aproveitar. Estando no São Paulo, isso me credencia também a brigar por uma vaga na seleção. O que tenho de fazer é jogar bem e fazer gols para chamar a atenção do treinador.

E nessas partidas de PlayStation, quem costuma ganhar?

É bem equilibrado (risos). Às vezes eu ganho várias, mas atualmente ele está uns três, quatro jogos na minha frente. Mas vou virar rapidinho isso!

E sua relação com o futebol brasileiro. Você jogou na base do Flamengo. Como foi isso?

Joguei o Sul-Americano Sub-17, aí o Flamengo me comprou. Acho que complicou um pouco porque o ano em que cheguei lá foi o ano do Mundial Sub-17. Então eu ficava pouco no clube. Treinava 15, 20 dias, no máximo um mês, e aí tinha de ficar 15, 20 dias concentrado, porque o treinador da Colômbia gostava de concentrar bastante como preparação para o torneio. Foi bem difícil aquele ano para mim. O Flamengo também não passava por uma boa fase financeiramente. Mas a decisão de sair do Flamengo foi porque não estava jogando muito na base. Aí fui para a base do Vélez Sarsfield, da Argentina.

Estadão
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