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Retrospectiva 2018: Relembre como foi o ano de altos e baixos do São Paulo

Clube mantém rotina de troca de técnicos e termina mais um ano em jejum

26 dez 2018 - 04h41
(atualizado às 04h41)
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O ano de 2018 do São Paulo foi uma montanha-russa com três trocas de treinadores, eliminações nos torneios mata-mata e uma leve sensação de resgate de autoestima que durou pouco. Ao fim, a quinta colocação no Campeonato Brasileiro acabou fazendo jus ao conjunto da obra. Mas o legado para o ano que vem é o mais preocupante: nas mãos de uma aposta chamada André Jardine, o time tentará ao menos disputar uma final, algo que não se vê pelos lados do Morumbi desde 2012, quando o clube conquistou a Copa Sul-Americana. O Estado destaca os dez momentos mais marcantes do ano da equipe.

Departamento de futebol sob nova direção

A primeira novidade da temporada, na verdade, ainda remetia a dezembro do ano anterior, quando se formatou uma nova diretoria executiva encabeçada por dois ex-jogadores do clube, sendo um deles o ídolo Raí e o outro Ricardo Rocha. Diego Lugano se juntaria à dupla ao fim de janeiro para formar o chamado "triunvirato" que, por alguns meses, seria considerado o responsável pelo renascimento tricolor. Mas isto é tema para mais adiante...

Quando o técnico Dorival Júnior e companhia entraram em ação, na estreia do Campeonato Paulista, contra o São Bento, no dia 17, reforços como Diego Souza, Nenê e Tréllez haviam acabado de chegar. Por isso, o time que deu o pontapé inicial em 2018 foi formado por diversos garotos: Sidão; Bruno, Rony, Aderllan e Reinaldo; Júnior Tavares, Pedro Augusto, Araruna e Paulo Henrique; Bissoli e Maicosuel. A maioria não encerraria o ano no clube.

Garotada fica com o vice na Copinha

Enquanto os profissionais ainda se ajustavam, a garotada fazia bonito e chegava à decisão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, contra o Flamengo, no dia 25, aniversário da cidade. Com atletas que posteriormente subiriam ao time principal, como Luan e Liziero, e comandados pelo então técnico da base André Jardine, os paulistas foram superiores aos cariocas no Pacaembu, mas acabaram derrotados por 1 a 0 e amargaram o vice.

Dorival não resiste e cai em março

Dorival começou a fraquejar no cargo por conta de derrotas em clássicos: Corinthians (2 a 1) e Santos (1 a 0). A terceira seguida, para o Palmeiras (2 a 0), decretou o fim do ciclo no clube, mesmo com a classificação às quartas do Paulistão assegurada e vencidas duas etapas da Copa do Brasil (Madureira e CSA).

"Confiávamos no trabalho dele, demos várias chances. Estava claro que não havia resultados, o trabalho não estava surtindo o efeito desejado por mais que tenhamos insistido mais do que o normal. Decidimos que tínhamos de mudar de estratégia e de comissão técnica", declarou Raí, à época.

Com Jardine de interino, vieram duas vitórias: Red Bull (3 a 1), pela última rodada da fase de grupos do Paulistão, e CRB (3 a 0), pelo jogo de volta da terceira fase da Copa do Brasil. Ao mesmo tempo, Lugano fazia o meio-campo para trazer um compatriota à vaga de Dorival...

Começa a Era Aguirre: fracassos em dois mata-matas

Indicado pelo ex-zagueiro, o uruguaio Diego Aguirre foi contratado e, de cara, chegou para um mata-mata e estreou com o pé esquerdo: derrota por 1 a 0 para o São Caetano, pelo duelo de ida das quartas do Paulistão. Apesar de o time ter revertido a desvantagem e vencido (2 a 0) na volta, os resultados seguintes fizeram a torcida relembrar os pesadelos das temporadas anteriores.

Primeiro, uma classificação à final do Estadual que parecia certa virou do avesso. O São Paulo bateu o Corinthians por 1 a 0 no Morumbi e cozinhava um 0 a 0 em Itaquera até os 48 do segundo tempo, quando levou um gol de cabeça de Rodriguinho. Nos pênaltis, o rival levou a melhor e garantiu vaga na decisão vencendo por 5 a 4.

Em seguida, o time colecionou eliminação na Copa do Brasil, com derrota (2 a 1) fora e empate (2 a 2) em casa para o Atlético-PR, um empate sem gols na Argentina contra o Rosario Central, na estreia da Copa Sul-Americana, e uma vitória pouco convincente sobre o Paraná, por 1 a 0, na abertura do Brasileirão.

Time pega embalo no Brasileirão

Àquela altura, o elenco ainda contava com peças como Petros, Cueva e Valdívia. Diego Souza, insatisfeito com a reserva, por pouco não se transferiu rumo ao Vasco. Em campo, o time engatou uma sequência de oito partidas sem perder, incluindo a classificação na Sul-Americana com vitória em casa sobre o Rosario (1 a 0) e o primeiro triunfo em clássicos no ano: 1 a 0 no Santos, gol justamente de Diego Souza, de volta ao time titular e em paz com Aguirre.

Nem a nova derrota para o Palmeiras (3 a 1) tirou a confiança do grupo, que acabou com um tabu de nunca ter derrotado o Atlético-PR na Arena da Baixada e se despediu antes da pausa no calendário para a Copa do Mundo com vitória por 3 a 0 sobre o Vitória. Com 23 pontos, a quatro do líder Flamengo, o São Paulo já era terceiro na tabela do Brasileirão.

Pós-Rússia: mudanças no elenco e liderança

A retomada do campeonato representou o grande momento de 2018 da equipe, que passou por uma pequena reformulação: saíram Petros, Marcos Guilherme, Valdívia e Cueva. Chegou Rojas, que caiu como uma luva no sistema de jogo de Aguirre.

Logo de cara, triunfo sobre o líder Flamengo no Maracanã, com assistência de Rojas e gol de Everton. Depois, vitória contra o rival Corinthians (3 a 1), com dois gols de Reinaldo. Nas cinco rodadas seguintes, que completaram o primeiro turno, quatro vitórias e apenas uma derrota. O desacreditado São Paulo foi campeão simbólico da primeira metade da competição e dava sinais de que brigaria até o fim pelo caneco. Nem mesmo a eliminação nos pênaltis para o Colón, na Sul-Americana, parecia importar naquele momento. O foco era o título nacional.

Líder decepciona no segundo turno

São Paulo permitiu ao Palmeiras quebrar tabu no Morumbi
São Paulo permitiu ao Palmeiras quebrar tabu no Morumbi
Foto: Divulgação/ São Paulo / Estadão

Com jogos apenas aos fins de semana e os rivais diretos, exceção ao Internacional, envolvidos em outras competições, o cenário parecia perfeito. Mas a caminhada no returno já começou errada, com um inesperado empate (1 a 1) contra o lanterna Paraná. No jogo seguinte, apesar da vitória sofrida diante do Ceará (1 a 0), no Morumbi, veio o fato que mudaria tudo: a primeira lesão mais séria de Everton, que com seus desdobramentos posteriores o tiraria de ação por quase toda a segunda parte do Brasileirão.

Sem encontrar uma solução, Aguirre viu a equipe patinar e colecionar empates consecutivos. Quando chegou o clássico decisivo contra o Palmeiras, no Morumbi, apenas o tabu sem perder em casa do rival havia 16 anos parecia capaz de segurar o rolo compressor alviverde, que seguia subindo na tabela mesmo com Copa do Brasil e Libertadores rivalizando as atenções de Felipão e seus pupilos. Não foi. A derrota por 2 a 0 seguida de novo tropeço - 3 a 1 para o Internacional, no Beira-Rio -, enterrou a confiança são-paulina, que não se encontrou mais no campeonato.

Crise no vestiário e mais um treinador demitido

Começaram a surgir episódios extracampo evidenciando problemas de relacionamento, especialmente entre o treinador e Nenê, que chegou a ir embora do Morumbi após o empate por 2 a 2 com o Flamengo antes do restante dos companheiros, sem falar com ninguém. Recentemente, o então coordenador de futebol, Ricardo Rocha, admitiu que o camisa 10 foi "mimado" naquele episódio. Outro que disparou contra o treinador foi Rodrigo Caio.

Apoiado pela diretoria o tempo todo, que passou parte do segundo semestre dizendo ser o uruguaio o nome para comandar o São Paulo em 2019, Aguirre não resistiu ao jogo seguinte, o empate por 1 a 1 contra o Corinthians. Após 43 partidas, acabou demitido.

"Uma decisão dessas a gente acredita que vai ter reação e uma melhora. Tem riscos, tem responsabilidade, mas da maneira que vinha acontecendo me leva a crer que a gente terá mais chances de se manter, de tentar uma vaga entre os quatro primeiros", justificou-se Raí, referindo-se à briga por um lugar no G-4.

Jardine tapa buraco e acaba efetivado

Jardine, chamado novamente como interino, teve cinco jogos para colocar o time no grupo dos quatro primeiros do País. Não conseguiu e somou apenas uma vitória. No meio do caminho, foi efetivado. Caberá a ele a tarefa de encerrar a seca de conquistas do clube. Ou virar nova vítima da guilhotina impiedosa do Morumbi, que não deixa ninguém se sentar nem por 50 jogos na cadeira desde a úlima passagem de Muricy Ramalho pelo Morumbi, em 2015.

Estadão
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