PUBLICIDADE

Futuro do técnico André Jardine no São Paulo está nas mãos de Raí

Diretor tenta demonstrar apoio, a exemplo do que fizera com Aguirre e Dorival, demitidos em seguida

8 fev 2019 - 04h42
(atualizado às 04h42)
Compartilhar
Exibir comentários

A permanência ou não do técnico André Jardine no comando do São Paulo passa diretamente por Raí, que tem carta branca do presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, para tomar uma decisão. O treinador se encontra bastante ameaçado no cargo após derrota para o Talleres (2 a 0), na última quarta-feira, na Argentina, pelo jogo de ida da Pré-Libertadores.

O time precisa fazer história para não ser eliminado, e a ideia da diretoria encabeçada por Raí é segurar o técnico até o duelo da volta, na quarta que vem, no Morumbi. A menos que consiga reverter a situação, Jardine dificilmente seguirá no cargo. Antes, terá um duelo pelo Campeonato Paulista: neste sábado, a equipe visita a Ponte Preta, em Campinas.

O Estado apurou que o clima nos bastidores é péssimo. Há um misto de frustração pelo resultado em si em Córdoba e de decepção pelo trabalho como um todo de Jardine, que assumiu prometendo mudar a forma de a equipe jogar: em vez do jeito mais pragmático de Diego Aguirre, de quem foi auxiliar no ano passado, um time ofensivo, nos moldes do estilo que Jardine consagrou enquanto dirigia o sub-20. Na base tricolor, ele enfileirou diversas conquistas importantes, entre elas, a Libertadores da categoria.

Não foi o que se viu até agora. Em seis partidas oficiais no ano - sem contar os amistosos da Florida Cup -, o São Paulo acumula três vitórias e três derrotas. Marcou oito gols e sofreu seis. A dura derrota para o Talleres escancarou o abismo entre o que pretende Jardine e o que seus jogadores executam.

É justamente essa inconstância que tem deixado Raí insatisfeito. Na última vez em que se sentiu assim, demitiu Aguirre.

Discurso de apoio de Raí não quer dizer muita coisa

No discurso, Raí demonstrou apoio a Jardine, ainda na Argentina: "Continuo acreditando no estilo dele, no trabalho", afirmou. Poderia ser um bom sinal ao treinador, se não lembrasse muito o modus operandi da gestão Raí.

No dia 16 de outubro do ano passado, quando Aguirre vinha colecionando maus resultados que afastavam a equipe da briga pelas primeiras posições do Brasileirão, o diretor de futebol afirmou: "A gente acredita muito no trabalho dele". Menos de um mês depois, em 11 de novembro, o uruguaio foi demitido.

Voltando ainda mais no tempo, durante sua apresentação como novo homem forte do futebol tricolor, no dia 8 de dezembro de 2017, Raí fez questão de prestigiar o trabalho de Dorival Júnior, questionado por parte dos conselheiros e da torcida durante a temporada: "O Dorival é o treinador do São Paulo, não é só o meu treinador. Eu me dou muito bem com ele, acredito no trabalho e estou muito confiante". Dorival durou só mais dois meses.

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade