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Diniz critica pressão sobre técnicos no Brasil e explica por que não poupa atleta no São Paulo

'Aqui em seis dias eu não servia mais. Ontem (domingo), a gente ganhou de 4 a 1 do Flamengo e hoje devo estar servindo', afirmou o treinador

3 nov 2020 - 10h26
(atualizado às 10h55)
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Fernando Diniz criticou a pressão que se coloca nos ombros dos técnicos brasileiros após ganhar do Flamengo por 4 a 1. No São Paulo, há mais de três meses, ele trabalha pressionado. Com altos e baixos na temporada, o São Paulo está na briga pelas primeiras colocações do Campeonato Brasileiro. Apesar das vitórias fora de casa contra Palmeiras e Flamengo, que também lutam pela liderança do torneio, e da classificação às quartas de final na Copa do Brasil, o tricolor acumula resultados poucos convicentes no ano. O time foi eliminado na fase de grupos da Libertadores e caiu nas quartas do Paulistão diante do Mirassol. Por isso, Diniz convive no fio na navalha.

"Em seis dias eu não servia. Ontem (domingo), a gente ganhou de 4 a 1 do Flamengo e hoje devo estar servindo. Isso para o modelo do Brasil. Desse jeito, a gente não vai caminhar para lugar nenhum", disse o treinador, na noite desta segunda-feira, em entrevista ao SporTV.

Para Fernando Diniz, a pressão imposta sobre os treinadores no Brasil não é aceitável. Isso porque a análise do jogo deixa de ser sobre o desempenho da equipe derrotada e passa a focar somente no resultado final. "O julgamento que se faz, e que todo mundo faz, uma pressão exagerada, é que em seis dias aquilo que era bom deixa de ser. Eu entendo perfeitamente as palavras do Dome (Domènec Torrent, técnico do Flamengo). Um time que tinha 12 partidas invictas, com nove vitórias, sofre um revés contra o São Paulo e todas as perguntas são negativas, questionando tudo. Aconteceu com ele, já aconteceu comigo e vai acontecer com outros", afirmou o treinador tricolor, que ainda acrescentou que "o futebol não se explica com o resultado final da partida".

O treinador do São Paulo defende trabalhos e projetos à frente dos clubes. Ele entende que o trabalho do técnico deve ser avaliado somente ao término das temporadas, em cima dos objetivos conseguidos e não conseguidos. "Fica uma pressão exagerada, que passa para o torcedor e não faz parte da realidade. No Rio, jogamos bem. Tivemos méritos, mas o Flamengo perdeu pênalti, bola na trave, uma outra chance de gol. O jogo contra o Inter, por exemplo, a gente chutou 19 vezes. O Inter, quatro. E o jogo terminou 1 a 1. O futebol, então, não se explica com o resultado final da partida", disse.

Diniz também revelou que não gosta de fazer muitas mudanças na equipe. Na opinião dele, é importante dar sequência ao time formatado para fixar a ideia de jogo. "Eu tenho como característica ser mais resistente a esse tipo de rodízio. A gente está formatando um time que está tendo uma sequência. Acho que com a sequência de jogos com os mesmos jogadores, a equipe fica mais forte. Quando todo mundo está jogando consistentemente, dá para mexer um pouco mais, mas este é o terceiro time que a gente monta esse ano, que tem uma sequência", afirmou.

Sobre a possibilidade de o São Paulo disputar três títulos na temporada - Brasileirão, Copa do Brasil e Copa Sul-Americana -, o treinador afirmou não estar disposto a abrir mão de nenhum deles e que não muda o jeito de jogar dependendo da competição. "Eu não mudo o jeito de jogar em pontos corridos ou mata-mata. Acho que é (importante) sedimentar uma maneira de atuar. Acredito que muitas modificações enfraquecem o time. Não adaptações. Adaptações a gente tem de fazer, mas procuramos melhorar e aprofundar o jeito de jogar. A tendência é não priorizar competições. Se estivermos em três, vamos tentar ganhar todas", completou.

Nesta quarta-feira, o São Paulo já tem importante desafio. O time enfrenta o Lanús, no Estádio do Morumbi, na capital paulista, pelo jogo de volta da segunda fase da Sul-Americana. Na primeira partida, na Argentina, perdeu por 3 a 2. Por isso, precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar ou por um gol, desde que seja por 1 a 0 ou 2 a 1.

Estadão
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