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Bruno Alves relata caso de racismo e comenta reduções salariais no São Paulo

5 jun 2020 - 16h11
(atualizado às 16h11)
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Em meio às manifestações no Brasil e nos Estados Unidos pela morte do norte-americano George Floyd, atletas de diversos esportes estão se pronunciando contra o racismo e a violência policial. Nesta sexta-feira, o zagueiro do São Paulo Bruno Alves lamentou o estado das coisas e contou casos de descriminação que sofreu.

"Particularmente sofri racismo. Em alguns lugares nos quais você vai as pessoas te olham diferente", contou em entrevista ao Globoesporte.

Bruno Alves tem 109 jogos com a camisa do São Paulo

"Aconteceu de estar com a minha família em um resort numas férias e estava esperando o Henry (filho) para brincar na porta desse resort. Daí chegou uma mulher, deu a mala para eu carregar e disse: 'Meu quarto é esse'. Aí eu falei: 'Não, moça, não trabalho aqui', e ela pediu desculpas. Então você vê que algumas coisas estão no subconsciente de algumas pessoas", explicou o jogador.

"Acredito que toda população tem algum relato de que tenha sofrido racismo. Gosto muito de usar moletom. É mais confortável. Às vezes você coloca toca e entra numa farmácia ou supermercado. Pelo fato de você ter a pele talvez mais escura o segurança já começa a te seguir. Daí eu tiro a touca, eles veem e param. São coisas cotidianas do dia a dia", disse.

"(É preciso) Ter mais afinco e ser mais rigoroso contra o racismo. Você vê em alguns lugares acontecer racismo e o pessoal nem ligar, não julgar. Acho que as pessoas têm, sim, de responder pelo crime de racismo, ser mais rigoroso para consequentemente diminuir esse fato. Já vem da história antiga, mas podemos, sim, fazer diferente, cada um no seu dia a dia melhorar para que no futuro isso não pertença a nós", encerrou.

Reduções salariais

Com a paralisação do futebol por conta da pandemia do coronavírus, o São Paulo decidiu unilateralmente reduzir os salários dos jogadores em 50%. Para Bruno Alves, a medida foi inevitável.

"Acho que não só jogadores, saiu uma notícia essa semana até que os funcionários do clube tiverem um corte salarial, então acredito que não tenha receita. É um momento difícil, minha irmã que trabalha em fábrica teve redução salarial, tenho amigos de outros clubes… todos trabalhadores estão sofrendo com isso. É ter um pouco de paciência e acreditar que em breve as coisas possam melhorar. O São Paulo nunca deixou faltar nada para ninguém e não vai ser agora que vai deixar, a gente confia na diretoria, confia no clube, então estamos tranquilo enquanto a esse quesito. Sofrendo um pouco agora para todo mundo sorrir lá na frente", opinou o zagueiro.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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