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Peres diz que impeachment no Santos não tem base legal e comenta o caso de Lica

19 abr 2018 - 15h09
(atualizado às 15h48)
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O presidente do Santos, José Carlos Peres, diz que o pedido de impeachment protocolado por 22 conselheiros não tem base legal. O mandatário não mostra qualquer receio de perder o cargo.

"Fiz um trabalho forte desde o início da gestão e teremos tolerância zero. Isso atingiu muita gente. É o choque de gestão. Não dá para separar alguns atos da questão da eleição. Tivemos um pedido de impeachment por cerca de 20 conselheiros, mas que não tinha nenhuma base legal. Nossos advogados verificaram. A base do impeachment é a gestão", disse o presidente.

"Para você ver o quão baixo eles são. Eles estão jogando com tudo. A nossa gestão é integra. Ninguém vai roubar o Santos, ninguém vai passar o Santos para trás. Quem ama o clube tem que se unir para voltar o Santos ao azul, se é que um dia esteve. Está na hora do clube ser auto-sustentável. Mas a gente está mexendo com muita gente perigosa, mas nós não temos medo. Nosso patrão é o Santos e vamos colocar a casa em ordem, não importa. Não tem essa de amiguinho. Errou? Rua", completou.

Peres também comentou sobre o caso de Ricardo Crivelli, o Lica, coordenador da base acusado de pedofilia em 2010. Ele foi afastado do clube até que as investigações sejam concluídas.

"Ele trabalha no futebol há mais de 20 anos, sem nenhuma mancha. Fomos pegos de surpresa com essa denúncia. Imediatamente o Comitê Gestor de Santos se reuniu e optou pelo afastamento do profissional para que ele possa de defender. O Santos vive um momento político forte. O caso dele está em sigilo de Justiça. Não vamos poder falar muito. O Santos é uma instituição centenária. Aqui as pessoas são bem recebidas, trabalham. Os homens passam, mas o clube fica", explicou.

"Não defendi o Lica em momento algum. Conversei com ele e ele jurou que é inocente. Eu falei "então prove sua inocência na justiça". Se alguém me acusa, vai ter que provar. Emprego? Não estamos contratando ninguém. Fechamos as portas para empresário do mal. Eu tenho um patrão, que é o Santos. Se usar meu nome eu processo, eu estou no clube há 40 anos. Minha carreira é imaculada. Se estiver errado, eu vou ser o primeiro a assinar e mostrar para vocês: aqui, olha, está demitido", emendou.

O Santos não demitirá Lica neste momento. Na visão do presidente, o profissional é inocente, mas o clube ajudará na apuração dos fatos.

"É um ato de oito anos atrás, na gestão do Luis Álvaro. Não existe, em 20 anos de carreira, algo que desabone o profissional. Não vamos aturar isso. Vamos apurar até o fim. Se houver culpado, será imediatamente desligado por justa causa. Não podemos pré-julgar. Não é a primeira vez que isso acontece. O que o Santos fez é o que a lei manda. Não se pode demitir, já que faremos um juízo do que aconteceu. Abrimos uma sindicância interna para que façamos um trabalho apurado para que façamos a apuração", concluiu.

O Santos enxerga o pedido de impedimento como uma intimidação e não vê qualquer chance da saída do presidente. Se isso ocorresse, o vice Orlando Rollo assumiria o cargo. O Peixe irá encaminhar uma reclamação ao Comitê de Inquérito e Sindicância. Alguns membros do Comitê de Gestão alegam que estão sendo ameaçados, inclusive de morte. Um deles registrará queixa-crime contra um dos conselheiros envolvidos na solicitação de impeachment.

O mesmo Comitê de Inquérito e Sindicância terá cinco dias para formalizar o pedido de impedimento. Peres terá 10 dias para se defender e rebater as reclamações com provas. A CIS, depois da alegação de Peres, emitirá parecer em uma semana. Se o processo for levado em consideração, os conselheiros poderão votar pelo impeachment. Se dois terços forem a favor, a proposta será encaminhada para a Assembleia Geral, que decidirá definitivamente sobre o caso.

Motivações dos conselheiros

O grupo alega que uma portaria emitida por Peres desrespeitou o artigo 64 do statuto e trouxe danos econômicos e à imagem do clube. Em fevereiro, o presidente, com o aval do comitê de gestão, aliou a contratação de novos funcionários mediante seu aval. O trecho citado diz assim:

"Compete ao Comitê de Gestão, além das demais atribuições que lhe são conferidas por Estatuto

(c) contratar, fixar a remuneração, dispensar, definir as atribuições e supervisionar o trabalho dos Superintendentes e de cada Gerente Executivo, conforme previsão estatutária, exigindo os cumprimentos das metas fixadas e garantindo uma gestão profissional. 

(d) contratar, dispensar, fixar os vencimentos e/ou a remuneração dos funcionários, dos atletas profissionais, dos membros da comissão técnica e do todos quanto prestem, sob qualquer natureza, serviços ao Santos". 

Com a portaria, na visão dos conselheiro, Peres centralizou ações e cometeu erros, como a demissão do executivo Gustavo Vieira após menos de dois meses, renovação de contrato com a TV Globo e o insucesso na venda de Lucas Veríssimo para o Spartak Moscou-RUS por 7,5 milhões de euros (cerca de R$ 30 milhões).

"Em que pese o curto período em que exerce o cargo de mandatário do Santos Futebol Clube, conseguiu o presidente José Carlos Peres atingir proeza inimaginável aos maiores pessimistas: desagradar a quase totalidade de sócios, torcedores e amantes do clube", diz parte do documento pelo pedido do impeachment.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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