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Modesto estuda vender Damião e quer nova reforma estatutária

27 nov 2014 - 10h38
(atualizado às 11h08)
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Modesto Roma Júnior, candidato da chapa Santos Gigante
Modesto Roma Júnior, candidato da chapa Santos Gigante
Foto: Divulgação Facebook oficial da Santos Gigante

Modesto Roma Júnior insiste em dizer que é um "santista de raiz". Aos 61 anos, filho do ex-presidente Modesto Roma e presente em três gestões anteriores no Santos (de seu pai e nas de Milton e Marcelo Teixeira) agora deseja a presidência no pleito mais disputado da história do clube. Para isso, conta com apoios políticos relevantes, entre eles o do ex-lateral esquerdo Léo e do próprio Marcelo Teixeira, a quem constantemente tenta afastar uma possível sombra em um eventual mandato.

Após Nabil Khaznadar, José Carlos Peres e Fernando Silva, o Terra segue nesta quinta-feira com a série de entrevistas com os cinco candidatos à presidência do Santos, que respondem aos mesmos 15 questionamentos propostos pela reportagem.

Entre os seus principais planos, o candidato da Santos Gigante, quarta chapa a ser registrada, promete um perfil de canditado que vai "servir o Santos" e não "ser servido". Roma não descarta negociar o centroavante Leandro Damião, diz que irá propor uma nova reforma estatutária para acabar com o modelo do Comitê Gestor, o qual já fez questão de divulgar todos os componentes. O candidato ainda quer valorizar a Vila Belmiro, sem promessas de grandes reformas, e promete conversar pessoalmente com Robinho para convencê-lo a ficar.

Veja, na íntegra, a entrevista exclusiva com o candidato Modesto Roma Júnior:

Terra - Por que deseja ser presidente do clube e quais são seus projetos a curto prazo?

Modesto Roma Júnior -Eu sou Modesto Roma Junior. Santista, pai de dois filhos, sócio do Santos desde 1958. Modesto Roma é um sujeito que nasceu Santos, vive o Santos e vai morrer Santos. Estou envolvido na vida do clube desde que nasci. Quando nasci meu pai já era diretor. Fui conselheiro pela primeira vez em 1975. Eu tenho raízes e vivência no clube. Trabalhei no Santos por mais de dez anos, durante a gestão de meu pai, como diretor de comunicação, na gestão do Milton (Teixeira) como vice-presidente de comunicação e na gestão do Marcelo (Teixeira). Conheço administração e futebol. Tenho experiência. Estou montando uma equipe com pessoas qualificadas e identificadas com o clube. Tenho me aprofundado na situação atual do Santos. Sei das dificuldades que iremos enfrentar. E se aceitei esse desafio proposto pelo Marcelo e pelos meus companheiros de chapa é porque me sinto capaz. Com relação a projetos a curto prazo, o Santos Futebol Clube vive um momento delicado. Tem, segundo o último balancete publicado, uma dívida de R$ 30 milhões e precisa pagar essas dívidas. Qual é o produto que o Santos vende? É o futebol! Então, precisamos ter um futebol forte para gerar receitas e pagar esta dívida com os bancos e fornecedores. Não adianta a padaria que está lá com a dificuldade financeira diminuir a qualidade do pão para economizar. Não! O Santos tem que gerar receitas para pagar seus compromissos.

Terra - O Santos vive uma série crise financeira que resultou em atrasos salariais em 2014. Há um plano emergencial caso vença a eleição?

Modes Roma Júnior - O Santos vive um momento difícil. A situação econômico-financeira é crítica, a equipe de futebol não vive um bom momento, a torcida não tem comparecido no estádio, o patrimônio não foi aumentado mesmo tendo havido o momento pré-Copa que o clube não aproveitou, por conseguinte, a marca se desvalorizou. Tenho certeza que iremos trabalhar com competência e muito profissionalismo para sanar os problemas, mas também sabemos que precisaremos da ajuda de todos e da união para nos reerguermos. Temos que ter um grupo para administrar a dívida do Santos. Um grupo que vai enfrentar esses R$ 400 milhões que o Santos está devendo na praça, é o que diz o balanço do clube. Eu não sei se será R$ 400, R$ 450 ou R$ 500 milhões. Hoje, o balaço aponta R$ 380 milhões. O Marcelo Teixeira deixou cerca de R$ 80 milhões de dívida em 2009, hoje temos tudo isso. O primeiro retorno é administrar e sanar essa dívida.

Terra - Acredita que, em um primeiro momento, precisará apelar para empréstimos bancários ou vender jogadores para fazer caixa e amenizar os quase R$ 400 milhões em dívidas?

Modesto Roma Júnior - Não pretendemos e, se precisarmos, temos pessoas que podem ser avalistas, mas, repito, não pretendemos. Montamos uma equipe especializada em administrar crises. Essa equipe vai entrar em contato com os credores. Não ficaremos sem pagar a dívida. E para pagarmos a dívida vamos gerar receita e um clube como o Santos pode gerar receita de diversa maneiras, com o futebol, com o marketing. Não podemos ficar acomodados, vendo o tempo passar e lamentando dívidas herdadas. Vamos pagá-las. Gosto de ressaltar isso. Os credores não ficarão sem receber. E o Santos não ficará sem receitas. Será um trabalho duro, difícil pela atual situação, porém, não sou candidato para me servir do Santos e sim para servir ao Santos.

<p>Leandro Damião é contestado no Santos, e candidato considera venda em caso de propostas</p>
Leandro Damião é contestado no Santos, e candidato considera venda em caso de propostas
Foto: Alexandre Schneider / Getty Images
Terra - Sobre o Damião, ele foi comprado pela Doyen Sports. O que achou do negócio e o que pensa em fazer sobre? A relação com a Doyen será mantida para outros investimentos?

Modesto Roma Júnior - O Santos tem o Damião nos seus ativos. Se surgir a oportunidade de vendê-lo, vamos vendê-lo. Se for a opção de jogar, ele vai jogar. Acho que é um atleta que precisa ser visto como todos os atletas do clube. Merece respeito, está fazendo o melhor que pode fazer. Vamos ver o que vai acontecer. Se teremos propostas por ele, se foi bom ou mau negócio? O futuro vai dizer. Se você me pergunta se eu compraria o Damião por R$ 42 milhões? Eu não compraria. Pois acho que é um investimento muito grande em um jogador na situação que ele estava. Mas eu não estava na gestão neste momento. Eu não compraria por uma questão de não colocar todos os ovos em um único cesto. Com R$ 42 milhões poderíamos ter acertado três ou quatro posições. Temos que ter esse bom senso. Pois R$ 42 milhões em um único jogador é um equívoco de gestão. Eu não faria isso. Sobre a Doyen, não conheço! Só digo uma coisa: dinheiro que entra no Santos, na minha opinião, precisa ter origem, nome, identificação. O conselheiro, o sócio, todos que fazem parte do clube precisam saber de onde vem.

Terra - O senhor é a favor do Comitê de Gestão? Pensa em uma possível nova reformulação estatutária para acabar com o formato? Quem serão os sete integrantes do Comitê?

Modesto Roma Júnior - Outro ponto importante do nosso projeto é fazer uma revolucionária reestruturação do clube. Neste tema a palavra de ordem é experiência. Vamos propor uma reestruturação organizacional, a fim de dar mais agilidade e mais qualidade à gestão. Contamos com profissionais com vivência no clube que irão apresentar para aprovação dos conselheiros e depois aos sócios um projeto de gestão e de reforma estatutária sério e competente. Veja, quando um grupo de nove pessoas precisa aprovar compra de jogador, prego, papel e tudo mais no clube não tem como ter agilidade. Queremos, sim, formar um Conselho de Administração que vai definir as políticas de atuação do clube em seus setores. Não é um conselho que vai decidir gestão. Quem fará isso serão os profissionais contratados para tanto. Esse conselho vai definir políticas de ações e será dirigido pelo presidente do clube. O regime precisa ser presidencialista. O associado precisa fulanizar a culpa e os méritos. Não dá pra ser um clubinho para os envolvidos dizerem que não tem responsabilidade sobre uma decisão porque votou diferente. É se esconder atrás das costas dos outros. Isso nunca fiz, e nunca concordei. Meus integrantes são: Dr. Cesar Conforti (candidato a vice-presidente), José Renato Quaresma, José Macedo Reis, Osvaldo Nico Gonçalves, Rodrigo Marino, Gastone Righ, Jorge Correia da Costa e Paulo Roberto Dias. Estes são os escolhidos pelo grupo. Fizemos questão de não esconder os nomes para que o sócio possa pesquisar, se informar e analisar. Todos santistas de raiz, comprometidos com nossos eixos e pilares de governo.

Terra - Como vê a relação entre o clube e a CBF, o que pensa? Pretende modificar algo? Incumbir alguém para se aproximar da entidade?

Modesto Roma Júnior - O Santos precisa voltar a ter respeito e não é só na CBF e na FPF. Mas isso se consegue com a afirmação de presença de posições firmes e coerentes. Eu não terei vergonha de receber nenhum presidente de clube ou de federação em nossa casa. De visitá-los em nome do Santos Futebol Clube. De debater com eles em todos os foros a realidade do futebol. De trocar ideias e informação como alguém que não chegou hoje ao futebol e não será um deslumbrado com as coisas que acontecem nesse mundo. O Santos precisa ser respeitado, mas isso exige atitude, credibilidade e respeito..

Terra - Sobre a Vila Belmiro, quais são seus projetos para o estádio? Pensa na reforma para ampliação? Reestrutução completa em formato das novas arenas?

Modesto Roma Júnior - O Santos perdeu o bonde da história para construir uma nova arena que foi a Copa do Mundo. Nova arena só sai se conseguimos bons parceiros. Agora o Santos tem que jogar em todos os lugares. Sabe, lá em casa, quando eu era um menino, eu e meus irmãos dizíamos que a Vila Belmiro era nossa primeira casa. Papai levava sempre todos pra lá, pois ia dirigir o clube. Lembro quando pedi para entrar de sócio em 1958 para ter uma cadeira com o meu nome nas sociais do estádio. Enfim, amamos a Vila Belmiro e ela é a casa do Santos. Mas, vamos jogar sempre onde os santistas estiverem, seja no Pacaembu, Morumbi, Maracanã, estádios onde estamos acostumados a jogar e que foram palcos de alguns dos nossos principais títulos, como também na Arena Pantanal e em outros novos estádios feitos para a Copa. Porém, sempre mantendo os direitos dos sócios nesses estádios, como se eles estivessem na Vila Belmiro. Pensamos que onde estiverem os santistas, lá estará o Santos Futebol Clube.  Sobre reformar a Vila Belmiro, primeiro temos que tomar real conhecimento da situação financeira do clube, dos contratos, dos processos e aí, depois desse mapeamento, colocaremos em prática algo para estarmos prontos e não deixar, mais uma vez, o bonde da história passar. Não podemos criar falsa expectativa nos sócios com promessas falsas de campanha. Não posso assumir um compromisso de reformar a Vila Belmiro, atualizá-la, enfim, sem ter conhecimento do que vamos encontrar no clube. Não posso assumir dívidas, tenho que saná-las e planejar investimentos. Por isso, tenho uma equipe especializada para os setores que entendemos ser importantíssimos para o clube. Reafirmo: a Vila Belmiro é nossa casa!.

<p>Modesto vai estudar, mas não promete reforma na Vila Belmiro </p>
Modesto vai estudar, mas não promete reforma na Vila Belmiro
Foto: Paulo Simões/Santos FC / Divulgação
Terra - Com o senhor, o Santos seguirá mandando jogos em São Paulo? Qual o projeto sobre o Pacaembu?

Modesto Roma Júnior - Nossa ideia é valorizar a Vila, mantendo como um estádio, um verdadeiro templo do futebol de alma do Peixe. Vamos continuar mandando jogos em nossa casa. Sempre que for possível e estrategicamente importante para os negócios dentro e fora de campo do clube nos apresentaremos na Vila Belmiro. Sabe, o Santos perdeu o bonde da história para construir uma nova arena que foi a Copa do Mundo. Ofereceram de graça a Vila e o CT e não colocaram um tijolo em lugar algum. Nova arena só sai se conseguirmos bons parceiros e se acharmos uma área interessante na Baixada Santista ou em São Paulo. Agora, o Santos tem que jogar em todos lugares. Vamos jogar sempre onde os santistas estiverem, seja no Pacaembu, Morumbi, Maracanã, estádios onde estamos acostumados a jogar e que foram palcos de alguns dos nossos principais títulos, como também na Arena Pantanal e em outros novos estádios feitos para a Copa. Porém, sempre mantendo os direitos dos sócios nesses estádios, como se eles estivessem na Vila Belmiro. Tem que ser feita uma coisa competente. Fazer um estudo de mercado. Onde há a carência do torcedor ver jogos do Santos? Onde estão os torcedores do Santos? E ter um espetáculo bom. Ninguém vai ver jogador que mata a bola de canela e chuta com a trava da chuteira. Vai ver se tiver espetáculo. Torcedor não dá esmola para o clube, não. O segredo é fazer um futebol competente. Pensamos que onde estiverem os santistas, lá estará o Santos. Você perguntou se o Santos deve assumir o Pacaembu. Mas eu respondo: Porque assumir um estádio tombado pelo patrimônio histórico, onde não posso fazer sequer um banheiro, para administrar? É melhor alugarmos o Pacaembu, o Morumbi e outros estádios sempre que optarmos por jogar na capital.

Terra - Pensa em fazer muitas mudanças no elenco, comissão técnica e com relação aos dirigentes? Zinho, André Zanotta e Sandro Orlandelli ficam? E pretende manter o técnico Enderson Moreira?

Modesto Roma Júnior- Primeiro eu preciso conversar com estes profissionais. Não os conheço, nunca falei comeles. Quero ouvi-los, saber de seus planos, projetos, pensamentos, indaga-los sobre algumas questões evidenciadas neste campeonato nacional, por exemplo, saber sobre a análise deles da base santista. Seria leviano de minha parte tomar uma decisão sem conversar com estas pessoas. Respeito todos os profissionais que trabalham no Santos Futebol Clube, atualmente. Caso eu seja o escolhido pelo sócio no dia 6 de dezembro vou me reunir com todos eles. Já estou ouvindo sócios, torcedores, enfim, pessoas ligadas ao Santos sobre estes temas. Claro que cada um tem uma visão, mas eu procuro ser democrático, sincero e aberto. Será assim com os profissionais citados na sua pergunta.

Terra - O Santos teve um rápido crescimento em seu quadro associativo nos últimos, mas estagnou. O que pretende mudar ou acrescentar no programa Sócio Rei?

Modesto Roma Júnior - Identificar esses pontos de crescimento. Levar as equipes do clube para perto desses torcedores, impulsionar a venda de produtos da marca, ter presença junto ao torcedor.

Terra - Como tem visto as terceirizações de alguns departamentos pelo clube? Pretende acabar com isso?

Modesto Roma Júnior - É uma questão a ser avaliada. A terceirização pode ser interessante nas atividades meio do clube. Cada caso é um caso que precisa ser muito bem estudado. Não dá para se tomar uma decisão sem o conhecimento da relação custo beneficio. Mas, em principio, somos contra a terceirização.

Terra - Pensa em retomar modalidades como o futsal e o futebol feminino, extintos na atual gestão? O que pode falar sobre os projetos?

Modesto Roma Júnior - O Santos é futebol. Quais são as quatro modalidades da Fifa? Futebol masculino e feminino, beach soccer e futsal. Vamos recomeçar. Não pensa que vamos ter um time com Falcão. Eu fiz e trabalhei porque o Santos mandou eu trabalhar pelo futebol feminino (foi supervisor administrativo nos mandatos de Marcelo Teixeira). Eu fiz o meu melhor, fomos campeões paulista, brasileiro e sul-americano. Não dá para sonhar com a volta da Marta e o Falcão (2015), pois o Santos tem metas e prioridades. O Santos precisa saber que só pode gastar o que está no orçamento. Vamos começar de novo.

Terra - A que atribui a falta de um patrocínio master há quase dois anos? O que pretende fazer e melhorar no marketing para conseguir um acordo?

Modesto Roma Júnior - No mundo dos negócios a soberba não tem lugar. O Santos colocou na cabeça um valor para o patrocínio máster, sem respaldo do real valor de mercado. O Santos diminuiu sua marca em função de fazer crescer a marca de um jogador. Perdeu e se desprestigiou no mercado. Foi ao mercado de forma atabalhoada quando da troca do antigo fornecedor de material esportivo e de repente ficou de pires na mão. Fez um contrato-ponte com um revendedor forte de material esportivo, mas não com um fabricante. O marketing que nas promessas seria uma reviravolta foi uma montanha de erros. Um verdadeiro monte Ararat de erros. Se você tem um produto e bom espetáculo, você tem que vender esse espetáculo. O marketing não é vender apenas a camisa, é tudo. Não é dizer 'quero 30 milhões pela camisa', sendo que o mercado não paga. Não adianta querer uma coisa que o mercado não paga, pois você fica sem nada. Vamos jogar em Santos, São Paulo, Cuiabá, Rio Grande do Norte, Manaus, em Brasília, mas com planejamento. Não adianta chegar 15 dias antes do jogo e anunciar. Você planeja e vê a melhor data da região.

Terra - Acredita que conseguirá manter o Robinho para 2015? Planeja o que para fazer isso? Trará outros jogadores de nome para a temporada?

Modesto Roma Júnior -O Robinho é um santista de raiz. Como nós! Um ídolo, um brilhante jogador. Claro que quero o Robinho para 2015, 2016 e até quando der. Sei também que existe uma cláusula no contrato dele com o Santos que diz: caso o Milan receba uma proposta para vendê-lo no final desta temporada o Santos, não cobrindo os valores envolvidos, tem que liberá-lo sem multa. O Robinho sempre terá propostas interessantes. Mas, caso o sócio escolha a Chapa 4 no dia 6 de dezembro, vamos conversar com o Robinho o mais rápido possível. Santista de Raiz, o apaixonado pelo Santos sempre pensa duas, três vezes antes de qualquer decisão. Claro que não temos como competir com os valores que podem ser envolvidos, principalmente de clubes do centro europeu. Mas podemos argumentar, sempre lembrar que a camisa 7 é dele e ponto final.

Terra - Quais são suas propostas para as categorias de base? O que precisa mudar?

Modesto Roma Júnior - O Santos, se não tiver futebol forte, não vai ter receita de TV, público, patrocínio. Vou ter que economizar, então vou fazer um futebol ruim? Não, não posso. O Santos tem que criar receitas com futebol forte. Qual é o grande aliado do Santos? O Santos sempre teve uma base de primeira qualidade. Diziam do Pelé que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Cai, sim. Caiu Pelé, Robinho, Neymar, Gabriel e vão cair outros. O Santos tem uma base bem estruturada. O surgimento desses jogadores não é acidente. É decorrente de um trabalho muito bem feito. E não é de hoje. É de muitos anos. Onde estão os olheiros do Santos? Quem esta pelo Brasil e pelo mundo, vendo os jovens que podem vir pra nossa base? Ou teremos sempre que nos sujeitarmos a empresários que já chegam com promessas como se fossem realidade, exigindo percentuais, pagando propinas indevidas. Ou só contrataremos jogadores através de números frios do "scout" sem ver o atleta como ele joga o jogo, como ele é, seu caráter, sua postura. Temos que ter equilíbrio. A base só não tem força para um time forte. Os medalhões não jogam sozinhos e custam as vezes fortunas que arrebentam o clube. É preciso equilíbrio. Quando veio Pepe, o Santos tinha Antoninho. Quando veio Zito, o Santos tinha Pepe, quando veio Pelé, o Santos tinha time já campeão de 55, quando veio Coutinho com 16 anos, o Santos tinha Pelé. Quando veio Pita e Juari, o Santos tinha Nilton Batata, Ailton Lira e João Paulo. A palavra-chave é equilíbrio e o motor é o trabalho na formação.

Fonte: K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME K.R.C.DE MELO & CIA. LTDA – ME
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