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Conselheiros do Santos protocolam novo pedido de impeachment do presidente

18 jun 2018 - 18h00
(atualizado às 18h42)
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Um grupo de 100 conselheiros do Santos - um terço do plenário -, protocolou um novo pedido de impeachment ao presidente José Carlos Peres no fim da tarde desta segunda-feira, na Vila Belmiro. O líder da representação é Esmeraldo Tarquínio Neto, ex-presidente do Conselho.

O documento de mais de 100 páginas tem como argumentação principal o parecer do Conselho Fiscal do Peixe, divulgado neste mês. O órgão aponta conflito de interesse com empresas ligadas a Peres: Hi Talent, Saga Talent e Peres Sports e Marketing, todas com supostos contratos vinculados de alguma forma ao alvinegro, como no caso de Ricardo Crivelli, o Lica, gerente das categorias de base afastado por acusação de assédio e parte determinante na contratação do zagueiro equatoriano Jackson Porozo por R$ 1,5 milhões.

O pedido de impeachment se sustenta no artigo 61, parágrafo 3º do Estatuto Social: "Os membros do Comitê de Gestão são impedidos de ter qualquer tipo de relacionamento profissional com o santos, direta ou indiretamente, ou ser procurador de atletas, empresário de atletas, agente de atletas ou sócio de pessoas jurídicas que exerçam tais atividades".

""Estou levantando material desde maio e conversando com os conselheiros. São infrações sérias e não podemos ficar fazendo política com o Santos. E não podemos ser coniventes com desobediências estatutárias que podem ter lesado ou lesar o clube no futuro. Não há nada político. Esse pedido é subscrito por mim e pelo presidente Adegas, dois conselheiros natos, e outros 36 conselheiros efetivos que independem de eleições para se manter no Conselho. A chapa que mais subscreveu o pedido foi a Santástica União, encabeçada à época das eleições pelo atual membro do Comitê Gestor, Andrés Rueda, com 28 assinaturas. Há conselheiros das duas outras chapas também. As eleições já acabaram! O que temos são infrações cometidas contra o Estatuto do clube e, nós, conselheiros, devemos sempre ser os guardiões", disse Esmeraldo.

"Mesmo com o presidente fechando a Saga Talent em maio deste ano, ele cometeu infração estatutária grave. E mais, como um dos sócios da empresa está reivindicando 10% da venda de Gabigol à Inter de Milão em uma ação judicial contra o Santos e contra a família do atleta se Peres alega que a vinda dele ao clube foi de graça? Como a empresa nunca atuou se na coletiva para falar do caso ele afirma que ajudaram muitos meninos? A Comissão de Inquérito e Sindicância tem que apurar. Afinal, segundo a própria CBF em comunicado público, mesmo que tenha agido informalmente, como alega o presidente, ele exerceu, na condição de sócio da empresa, a função de empresários de atletas, o que infringe o nosso Estatuto", completou.

O presidente Peres garante não temer o impeachment e o classifica como "moda". Ele jura não ter cometido nenhuma infração grave e afirma ter fechado as empresas Hi Talent e Saga Talent. A Peres Sports e Marketing não teria atuação em clubes de futebol.

Esse é o terceiro pedido de impeachment. Os outros dois foram protocolados pelo conselheiro Alexandre Santos e Silva. O primeiro, em abril, não foi apreciado. O segundo, na semana passada, será avaliado. Há assinaturas de 73 conselheiros e a base é semelhante ao documento de Esmeraldo Tarquínio, com a acusação de conflito de interesse.

"Pedido democrático"

Os conselheiros envolvidos no pedido de impeachment capitaneado por Esmeraldo Tarquínio acreditam que o documento tem mais força por envolver um ex-presidente do Conselho, dois conselheiros natos e 33 efetivos e ter o aval de integrantes de diferentes chapas na eleição de dezembro.

Entre os eleitos eleitos, a maioria é da chapa Santástica União (26 conselheiros), seguido da Santos Gigante (23 conselheiros) e da Somos todos Santos (6 conselheiros). Candidato da Santástica União, segundo colocado no pleito e hoje membro do Comitê de Gestão, Andres Rueda dá sua opinião.

"Santástica União foi um movimento de junção de vários grupos para efeito de eleição. Quando acabou a eleição, cada grupo, com identidades e pensamentos, seguiu vida própria. Eu acho que um pedido de impeachment é muito negativo para a imagem do clube. Erros podem acontecer, mas, na minha opinião, é só por dolo ou roubo. Se não ocorreu, sou contra. É algo muito sério, tem que ter cuidado. Peres foi eleito democraticamente. Podem chamar a atenção, pedir para corrigir os erros… O relatório do Conselho Fiscal serve para isso. Acho muito forte pedir o impedimento por eventuais erros administrativos. Mas dolo, não. Dolo é imperdoável", disse Rueda, à Gazeta Esportiva.

Como funciona

De acordo com o artigo 69 do Estatuto Social, após receber o pedido de impeachment (que deve ser feito por no mínimo 20 conselheiros), o Presidente do Conselho, Marcelo Teixeira, tem cinco dias para repassar à Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS).

A CIS em cinco dias dará a Peres a ciência do processo de impedimento. A partir daí, o presidente dez dias para apresentar à CIS sua defesa e as provas que pretende produzir.

Esgotado o prazo da defesa, a CIS terá sete dias para emitir seu parecer ao presidente do Conselho Deliberativo, que deve convocar sessão extraordinária para deliberar. Os conselheiros vão votar o parecer e, se aprovado por 2/3 dos membros, uma Assembleia Geral dos Sócios será convocada para aprovar ou não a saída por maioria.

Gazeta Esportiva Gazeta Esportiva
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