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Quartel-general do surfe em Lima vira laboratório para Tóquio-2020

Com casa alugada em Punta Rocas, surfistas ficam a cinco minutos das áreas de disputa e isso ajuda na performance

3 ago 2019 - 04h40
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O quartel-general do surfe brasileiro para o Pan-Americano de Lima fica em Punta Rocas, a mais de uma hora de distância de carro da capital peruana. Em uma casa de três andares, adaptada para as necessidades da delegação nacional, os atletas estão a cinco minutos de caminhada da área de competição. Esse espaço está servindo de laboratório para a operação da modalidade na Olimpíada de Tóquio.

"A gente não podia ter melhor estrutura aqui. Desde que chegamos, conseguimos ficar perto do mar e analisar todas as condições, de maré cheia e vazia, com ou sem vento, mar pequeno ou grande, então pudemos nos aclimatar bem. Facilita estar próximo da competição, de poder ir e vir a qualquer hora. É uma estrutura muito boa que estamos tendo e que tem influência direta na nossa performance", explicou Chloé Calmon, do longboard.

A Casa do Surfe é a base do Time Brasil em Punta Rocas. No primeiro andar tem dois quartos, uma sala com televisão e uma cozinha com mesa grande. No segundo andar existe uma piscina, que não está sendo utilizada por causa do frio do inverno, e mais três quartos. E no terceiro andar há mais um quarto e um espaço isolado para fisioterapia, com aparelhos de recuperação e até de ativação antes de entrar na água.

"Está sendo um bom teste. Ter a casa próxima ao local de competição é fundamental, com isolamento para atletas terem o foco. No surfe, os atletas acordam cedo e, pela proximidade da praia, às 6h30 já caem no mar para treinar, antes do treino oficial. Ainda temos uma chef brasileira fazendo comida aqui. É o que chamamos de treinamento invisível, com descanso, alimentação e foco na competição", disse Bernardo Otero, gestor esportivo do COB.

A escolha por ter uma base próxima do local das provas de surfe se mostrou acertada desde o início. A maioria das delegações permaneceu na Vila Pan-Americana, em Lima, e precisa se deslocar de ônibus todos os dias, ida e volta, levando pranchas nas viagens. Os atletas dos EUA perceberam a situação e conseguiram se mudar para um hotel próximo de Punta Rocas. Os canadenses também optaram por alugar uma casa.

"Nossa logística para o evento foi muito boa. Existem treinos oficiais, então podemos entrar no mar com pouca gente na água. A nossa casa tem toda a estrutura que o atleta precisa e acredito que foi uma ótima escolha", comentou Wenderson Biludo, que acabou sendo eliminado ontem no longboard e perdeu a chance de subir ao pódio em sua prova. Ele perdeu na repescagem para o rival argentino Surfiel Gil Lo Prete.

Com toda essa estrutura, os surfistas do Time Brasil podem almoçar em casa e comer uma comida brasileira - com uma chef exclusiva para a delegação, o risco de qualquer problema alimentar é menor. É também na casa que eles podem fazer sua recuperação após o desgaste físico das baterias.

Isso tem sido importante para manter o preparo físico. Antes de competir, fazem um processo de ativação, que tem a ver com o aquecimento, o que é fundamental para o inverno frio e úmido no Peru. Até para lidar com isso, foram instalados desumidificadores na casa. "Logo que vimos isso, fomos atrás do equipamento. Nesse clima, a roupa e as toalhas não secam. Não queremos ter problema com os atletas por causa disso", avisou Bernardo.

Estadão
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