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Pressionado pelo COI, Gafur Rakhimov renuncia ao cargo de presidente da Aiba

Eleito em novembro do ano passado, dirigente diz que "discussões de base política" estão prejudicando o processo de alterações no programa olímpico

22 mar 2019 - 16h23
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O usbeque Gafur Rakhimov anunciou nesta sexta-feira a sua renúncia do cargo de presidente da Associação de Boxe Amador (Aiba, na sigla em inglês) ao alegar que "discussões de base política" estavam prejudicando o processo de alterações no programa olímpico da entidade.

Rakhimov, de 67 anos, foi eleito em novembro passado, apesar de ter o seu nome em uma lista de criminosos do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. O dirigente é acusado de "fornecer material de apoio" para organizações criminosas ligadas ao tráfico de heroína e de armas, o que causou preocupação ao Comitê Olímpico Internacional (COI).

A entidade que dirige o esporte olímpico ameaçou retirar o boxe dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 se Rakhimov permanecesse no cargo. Em novembro, o Conselho Executivo do COI revelou que o planejamento para o torneio de boxe olímpico estava congelado e contatos suspensos entre a Aiba e o Comitê Organizador de Tóquio-2020.

"Eu realmente esperava e acreditava que esporte e política poderiam ser separados. As discussões baseadas na política prejudicaram os progressos realizados ao longo de todo o tempo", disse Rakhimov, em um comunicado oficial. "Mais uma vez, como afirmei anteriormente em várias ocasiões, atesto e confirmo que as alegações contra mim foram fabricadas e baseadas em mentiras politicamente motivadas. Eu confio que a verdade prevalecerá".

Rakhimov revelou que será nomeado um substituto nos próximos dias. "Eu sempre disse que nunca me colocaria acima do boxe. Eu tenho o dever de fazer tudo que eu puder para servir nosso esporte e nossos atletas", comentou.

No mês passado, a Aiba informou que a sua dívida foi reduzida de US$ 18 milhões (R$ 70 milhões) no ano passado para US$ 15,6 milhões (R$ 60,6 milhões) este ano. "Estou convencido de que todas as boas iniciativas que foram implementadas neste último ano servirão como uma motivação para continuarmos a fortalecer nosso esporte no futuro", acrescentou Rakhimov.

O boxe é disputado em Olimpíadas desde os Jogos de Saint Louis, nos Estados Unidos, em 1904. Só não teve participação em Estocolmo-1908, na Suécia, porque existia uma lei na cidade que proibia a prática da modalidade.

Estadão
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