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Presidente do PSG presta depoimento em investigação sobre corrupção no esporte

Nasser Al-Khelaifi fala como testemunha em processo sobre supostas irregularidades na escolha de sedes para torneios

23 mar 2019 - 12h44
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O presidente do Paris Saint-Germain, Nasser Al-Khelaifi, prestou depoimento há três dias como testemunha em uma investigação da justiça francesa sobre irregularidades na escolha das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016 e 2020, e de edições do Campeonato Mundial de Atletismo.

De acordo com a emissora de televisão francesa "Mediapart", que veiculou a informação nesta sexta-feira, o dirigente catariano depôs ao juiz Renaud Van Ruymbeke, especializado em casos de crimes financeiros, como "testemunha assistida" - estatuto que ficaria entre uma simples testemunha e acusado.

Al-Khelaifi foi convocado pelo envolvimento com o Qatar Sport Investment (QSI), filial do fundo soberano do Catar, e pela sociedade com o irmão Khalid em outra empresa, a Oryx-Qatar Sport Investments. A QSI foi citada em investigações da Promotoria Nacional Francesa sobre redes de corrupção na escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, e de Tóquio para a edição de quatro anos depois, assim como para sedes de Mundiais de Atletismo.

Os promotores abriram o caso em 2016, a partir da movimentação financeira considerada suspeita de Papa Massata Diack, filho do ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, o senegalês Lamine Diack, ocultadas em atividades do setor de marketing da entidade esportiva. A investigação está concentrada, especialmente, em comissões que teriam sido pagas para o encobrimento de testes positivos de doping de atletas russos, e também para favorecer as candidaturas olímpicas de Rio e Tóquio.

Dessa forma, foram descobertas duas transferências suspeitas, feitas em outubro e novembro de 2011, que totalizaram US$ 3,5 milhões (R$ 13,5 milhões) da Oryx-Qatar Sport Investments para a Pamodzi Sport Consulting, que seria dirigida por Papa Diack. No depoimento, Nasser Al-Khelaifi garantiu que não sabia dos pagamentos até poucos dias atrás, e disse que a responsabilidade sobre a empresa recai totalmente sobre o irmão.

De acordo com a "Mediapart", a Oryx se comprometeu a comprar os direitos de televisão do Campeonato Mundial de Atletismo de 2017 se Doha fosse escolhida como sede. A ideia era negociar os direitos com a "BeIN Sports", que é dirigido pelo presidente do PSG. O valor da negociação chegaria a US$ 32,6 (R$ 126,5 milhões). No contrato, era estipulado um primeiro pagamento, não reembolsável, de US$ 3,5 milhões (R$ 13,5 milhões) para a Pamodzi Sports Consulting.

Além de negar conhecer qualquer pagamento e os detalhes do contrato, Al-Khelaifi negou qualquer envolvimento com a vitória de Doha na disputa para sediar o Mundial de Atletismo. / EFE

Estadão
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