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PR terá biometria em estádios no 2º turno do Brasileiro

Com a medida, será possível verificar se há mandados de prisão expedidos ou ordens de restrição decretadas contra os torcedores

18 jul 2017 - 17h20
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Órgãos públicos e clubes de futebol do Paraná firmaram um convênio na tarde desta terça-feira (18) para implementar a identificação biométrica dos torcedores nos estádios. A ideia é que o sistema comece a funcionar a partir do segundo turno do Campeonato Brasileiro e que envolva, a princípio, os dois times de Curitiba que disputam a primeira divisão - Atlético-PR e Coritiba -, além do Paraná, atualmente na Série B. O objetivo é aumentar a segurança da população em eventos esportivos e outros espetáculos com grande público. Por enquanto, o uso não será obrigatório, e sim “por adesão” dos mandantes da partidas.

Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, o desembargador Renato Bettega, assina o convênio
Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, o desembargador Renato Bettega, assina o convênio
Foto: Mariana Franco Ramos / Especial para Terra

De acordo com as autoridades, a identificação vai possibilitar um maior controle sobre restrições judiciais, como mandados de prisão expedidos ou ordens de restrição decretadas. Membros do Tribunal de Justiça (TJ), da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), do Instituto de Identificação do Paraná (IIPR), do Detran-PR e da Celepar, empresa pública de tecnologia, concederam coletiva no início da tarde de hoje para explicar o projeto. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não enviou representante, entretanto, o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, teria mandado um ofício ao TJ parabenizando a iniciativa.

Conforme o juiz auxiliar da 2ª Vice-Presidência do Tribunal, Ricardo Ferreira Jentzsch, com os dados, os promotores dos jogos poderão combater eventuais transgressões. “Na prática, o detentor do ingresso vai adentrar, coloca a sua digital na catraca e, num primeiro momento, é verificado se aquela pessoa corresponde ao ingresso em questão. Já num segundo momento, é verificado junto a um web-service disponibilizado pela Celepar, que acessa os dados do Instituto de Identificação e do Detran, se existe algum mandado em aberto ou a proibição dele [usuário] frequentar os eventos esportivos”, contou. Todo o custo de implementação ficará a cargo dos responsáveis pelos eventos.

Ainda segundo o magistrado, como existe uma questão financeira em jogo, os clubes têm a opção de aderir ou não ao acordo. Ou seja, não há um cronograma fixo, nem tampouco uma obrigatoriedade de cadastro. Mas a expectativa é de que todos participem. O presidente do Conselho Administrativo do Atlético-PR, Luiz Sallim Emed, frisou que o clube começou a utilizar o sistema por conta da Copa do Mundo de 2014, quando a Arena da Baixada sediou quatro jogos. “Foi essa parceria tripartite [município, Estado e clube] que permitiu ao Atlético sair na frente. Hoje, no setor das torcidas organizadas, [a biometria] já existe. O que vamos fazer é, num curto espaço de tempo, acredito que a partir do dia 15 [de agosto], oferecer as condições para estender”.

Emed  afirmou que pensa em soluções para facilitar o acesso também dos não sócios e dos visitantes”. “Os torcedores dos clubes de fora do Paraná que residem em Curitiba ou próximo poderão se cadastrar um pouco antes. Outra alternativa é que esse pessoal, que vem geralmente de ônibus, seja identificado com o RG (…) Agora, aquele torcedor que chegar sem nenhum cadastro terá que ser cadastrado, tirar uma fotografia e, no próximo jogo, já poderá entrar automaticamente. Teremos sim uma série de dificuldades, que vamos corrigindo no decorrer do tempo”. O presidente não informou quanto o clube gastará com o projeto. “Não é um custo; é um investimento. E eu diria que é pouco em relação ao beneficio, de ter as famílias de volta aos estádios”.

Expansão

Para o secretário de segurança do Paraná, Wagner Mesquita de Oliveira, a questão vai muito além do futebol. “Aquele indivíduo que já cometeu algum delito e tem uma restrição de não comparecer a estádios, tem mandado de prisão em aberto ou qualquer dívida com a Justiça vai ser imediatamente identificado, permitindo que a polícia faça então a medida mais adequada. Isso vai trazer mais segurança para dentro do estádio e para fora também, porque, como no caso do torcedor corintiano agredido [por torcedores do Coritiba nos arredores do estádio Couto Pereira, em junho], foi um banco de dados mantido pela polícia que permitiu fazer comparação das imagens naquele momento”.

Mesquita disse ainda que somente essa primeira fase será mais focada no futebol. “Qualquer entidade privada que promove um evento já tem um gasto com segurança. O que estamos propiciando é oferecer os bancos de dados da polícia e do Poder Judiciário para ter uma segurança mais efetiva e mais focada, com melhor resultado. Tenho certeza que o início é com as entidades do esporte, mas as demais que promovem shows e eventos culturais também terão interesse”. Quanto a outros Estados, ele lembrou que o banco de dados é do IFPR e do Detran. “A rapidez será com cidadãos paranaenses, mas o projeto prevê a possibilidade de ampliação. Problemas vão acontecer e o aperfeiçoamento do modelo é que vai trazer mais eficácia”, completou.

Fonte: Especial para Terra
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