Hortência vira inspiração para Fellipe Bastos em cobranças de falta
Considerada rainha do basquete brasileiro, Hortência marcou época pela concentração mostrada nos segundos que antecediam seus arremessos em lances livres. Vinte e dois anos após levar a medalha de ouro nos Jogos Olímpicas de Havana, a atleta serve de inspiração até mesmo para Fellipe Bastos, herói da Ponte Preta no empate em 1 a 1 com o Lanús na primeira partida da final da Copa Sul-americana.
"O Jorginho fala muito da Hortência. E do Michael Jordan também", admitiu o autor de golaço de falta que empatou o jogo no Pacaembu: "Eu treinei bastante e o Jorginho me cobrou na preleção. Disse que estava com saudade dos meus gols de falta. O Baraka também falou antes do jogo que eu ia fazer. Treinei bastante, fiquei com o pé calibrado e na hora de decisão fez a diferença. Respirei fundo e pude ajudar".E a noite de Fellipe Bastos poderia ter sido ainda mais especial. Caso o travessão de Augustín Marchesín não tivesse evitado a virada da Macaca nos minutos finais da partida em São Paulo. Para Jorginho, a força demonstrada pelo meio campista nas bolas paradas não é fruto do acaso. O técnico ainda lamentou a ausência do meia Adrianinho, outro especialista na função, que cumpre suspensão por ter sido expulso nas quartas de final contra o Vélez Sarsfield.
"Tanto o Fellipe como o Elias e o Adrianinho têm treinado bastante para chegar no jogo e decidir. O Fellipe foi confiante e se concentrou. Sempre falo para eles da Hortência, que se concentrava muito antes do lance livre. E ele foi dessa forma nas cobranças, por pouco não fez o segundo gol. Uma pena que não tivemos o Adrianinho que também bate muito bem a bola e poderia ajudar", ressaltou o comandante do time campineiro.
Saudado como herói do empate no Pacaembu, que deixa a Macaca viva na luta pelo título da Copa Sul-americana, Fellipe Bastos rejeita o rótulo. O ex-vascaíno afirma que o grupo treinado por Jorginho deve ser mais valorizado do que o desempenho de um atleta. Entretanto, o melhor jogador da primeira decisão, segundo a Conmelbol, reconhece a importância de seu feito na capital paulista.
"Acho que essa coisa de herói eu deixou para o torcedor me colocar ou não como um. O grupo é que sobra sempre e que tem que ser lembrado. O torcedor, é claro, lembra mais dos gols e das jogadas, mas é o grupo que passou por muita coisa e chegou nessa final pelo esforço. Mas o gol foi muito importante mesmo, porque deu uma sobrevida ao nosso time", destacou Bastos, pensando na finalíssima da próxima quarta-feira, em La Fortaleza.
Apesar da felicidade pelo belo gol, Fellipe Bastos não deixou de se cobrar por não ter virado a partida na cobrança seguinte: "Eu devia aproveitar mais meus momentos, porque agora fico lamentando a bola que não entrou. Acho que caprichei demais. Tentei no canto do goleiro e se ele não tocasse talvez entrasse. Ainda bem que não tem mais essa de gol qualificado".