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PF faz buscas na casa de Nuzman em investigação de compra de votos em eleição olímpica

5 set 2017 - 08h16
(atualizado às 08h59)
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A Polícia Federal realizou buscas nesta terça-feira na casa do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e entregou intimação ao dirigente para prestar depoimento como parte de investigação sobre suposto esquema internacional de corrupção para compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016.

A operação faz parte de inquérito iniciado pela França sobre suspeita de que o executivo Arthur César de Menezes Soares Filho, ligado ao ex-governador fluminense Sérgio Cabral, que está preso, fez pagamento de 1,5 milhão de dólares ao filho de um membro senegalês do Comitê Olímpico Internacional (COI) três dias antes da votação de 2009 que definiu o Rio como sede dos Jogos Olímpicos.

De acordo com a Polícia Federal, o esquema envolveria o pagamento de propina em troca da contratação de empresas terceirizadas por parte do governo estadual do RJ sob o comando de Cabral, que foi preso no ano passado no âmbito da operação Lava Jato.

As investigações apontam que parte da propina pode ter sido desviada para comprar votos para o Rio na eleição do COI em Copenhague que escolheu a sede da Olimpíada de 2016.

"Os fatos apurados indicam a possibilidade de participação do dono das empresas terceirizadas em suposto esquema de corrupção internacional para a compra de votos para a escolha da capital fluminense pelo Comitê Olímpico Internacional como sede das Olimpíadas 2016", disse a PF em comunicado.

Os agentes da PF cumprem um total de dois mandados de prisão e onze mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal do RJ, no Rio, em Nova Iguaçu e em Paris, como parte da chamada Operação Unfair Play.

De acordo com a emissora Globonews, os mandados de prisão são contra o executivo Arthur César Soares e uma sócia, mas o empresário estaria atualmente morando nos Estados Unidos.

A suspeita de compra de votos para a eleição do Rio como sede olímpica foi levantada inicialmente pelo jornal francês Le Monde em março. De acordo com a publicação, o empresário Arthur Soares fez um pagamento de 1,5 milhão de dólares a Papa Massata Diack, filho do então presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf) e membro do COI Lamine Diack, dias antes da votação.

O Le Monde disse ainda que Papa Massata Diack pagou quase 300 mil dólares ao alto membro do COI Frankie Fredericks, da Namíbia, que posteriormente foi suspenso do COI por suposta violação ética.

Procurado, o diretor de Comunicação dos Jogos Rio 2016, Mario Andrada, não tinha comentários de imediato sobre a operação deflagrada pela PF nesta quarta-feira.

Em março, após a revelação do Le Monde, Andrada minimizou as alegações, dizendo que a vitória do Rio "foi claríssima" e "limpa".

O Rio foi eleito sede dos Jogos Olímpicos em uma votação em que derrotou Chicago, Tóquio e Madri. Na votação final, contra a cidade espanhola, a candidatura carioca obteve um triunfo com margem folgada, 66 a 32 votos.

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