VAR não pode virar golpe contra autoridade do juiz
Ao rever lances interpretativos, os juízes de vídeo extrapolam suas funções
No tênis, o juiz deu bola fora, mas o jogador tem certeza que ela foi boa. O telão mostra que o tenista tinha razão e ele ganha o ponto. Corrigiu-se um erro e a justiça foi feita.
No vôlei, o time reclama que a bola desviou no bloqueio do adversário. As imagens confirmam que houve um leve toque, que não tinha sido visto pelo juiz em quadra, e a injustiça é corrigida.
No futebol, a boa nova do VAR foi e tem que ser comemorada, mas os árbitros nas suas salinhas com ar-condicionado estão se lambuzando com imagens de tantos ângulos e se metendo onde não foram chamados.
O pênalti marcado, e depois anulado, a favor do Palmeiras contra o São Paulo mostra o quanto uma boa ideia pode virar argumento para quem não quer que o futebol se modernize.
Pense na situação do árbitro Vinicius Furlan. Ele estava bem posicionado e marcou com convicção o pênalti de Reinaldo sobre Dudu. Só que alertado pelo muy amigo Raphael Klaus, o juiz foi ao monitor ver e rever o tal lance em câmera lenta e voltou atrás. Furlan teve medo de bancar o pênalti porque não quis brigar com as imagens, que por sinal não tiraram e não tiram dúvidas em lances como esses.
O futebol é apaixonante porque permite interpretações diversas que não terminam
nos botecos e nem com o uso do VAR. Por isso, os vídeos precisam ser usados com moderação e para corrigir erros crassos. Caso contrário, vira golpe.