O menino Samuel e o balão corintiano que voou 20 km
O voo improvável do balão de Itaquera até Suzano mostra que ainda há espaço para a poesia na dura realidade do dia a dia
Samuel, de 16 anos, foi uma das vítimas do massacre na escola de Suzano, que chocou o País na semana passada. No domingo (17), para homenagear o garoto e as outras vítimas, os jogadores do Corinthians entraram com balões pretos com os nomes dos que foram covardemente assassinados.
E não é que um desses balões viajou 20 quilômetros e foi parar em Suzano? Na bela reportagem do site Meu Timão, ficamos sabendo que o balão com o nome de Samuel foi encontrado por Arlindo, um senhor são-paulino de 62 anos, na segunda-feira. Ele ficou emocionado com a homenagem e quase não acreditou quando viu o balão na calçada.
Você pode acreditar em uma feliz coincidência e pode colocar na conta da mínima porcentagem matemática de que isso poderia ocorrer.
Ou pode viajar como o balão e acreditar nos pequenos milagres da vida. Acreditar que o balão foi levar um pouco de conforto para as famílias que tanto sofreram ao verem os filhos, que só tinham ido estudar, mortos brutalmente.
Sim, é sintomático que tenha relação com o Corinthians, que nunca deixou de ser uma válvula de escape para o povão. Um time que já nasceu peitando a elite, que tem um histórico de lutas contra o preconceito e a favor dos menos favorecidos, da democracia e da paz.
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