O dia em que Palmeiras e Corinthians perderam sem ter perdido
Empate de zero a zero com jogo truncado e de poucas chances não honrou a tradição do clássico
De um lado o professor Luxemburgo, que se squeceu da frase que adorava citar quando era o técnico mais badalado do Brasil: o medo de perder tira a vontade de ganhar. Pois o que fez o Palmeiras ontem: quase nada. Se preocupou mais em anular as jogadas do rival do que em jogar bola.
Do outro lado, Tiago Nunes, jovem treinador, que chegou com uma proposta de futebol revolucionário e que na volta da pandemia se contentou em jogar em um estilo mais comedido. O time chegou em uma improvável final, teve um crescimento tímido, mas finaliza muito pouco.
Nenhum dos dois queria perder. No final, quem perdeu foi o futebol. Corinthians e Palmeiras perderam juntos com medo de que o título escapasse na primeira partida da decisão.
Para um Corinthians em formação, o título paulista parece ser o único possível no ano. E além da possibilidade de ser o primeiro tetra na era profissional, teria um gosto especial a conquista em cima do Palmeiras.
Para o Verdão, que ainda tenta se ajeitar sem Dudu, o título traria um pouco de paz, porque quando uma final envolve o rival não existe essa história de Paulistinha. Basta ver a pressão da torcida e do próprio presidente.
Pelo jeito quem fizer o primeiro gol no segundo jogo será o campeão. Caso contrário, é bom os torcedores se prepararem para os pênaltis, que obrigatoriamente sempre traz emoção.