O dia em que o Flamengo ganhou e a sociedade perdeu
Presidente do time convenceu Prefeitura a liberar os treinos e parece ignorar tamanho da crise na saúde do RJ
Rodolfo Landim, o presidente do Flamengo, ou não entendeu as críticas que foram feitas quando se encontrou com Bolsonaro ou se fez de desentendido. Mas a carta que ele escreveu para os torcedores rubro-negros mostrou que a repercussão negativa trouxe preocupação.
Ninguém criticou o encontro que, por motivos de saúde, deveria ter sido virtual. Cada um encontra quem quiser e que arque com os resultados depois. Tá certo que ninguém ali também usou máscaras, mas tudo isso fazia parte do circo para mostrar que o coronavírus não preocupa os que se julgam acima do bem e do mal.
As críticas foram pelo assunto da reunião : tratar da volta do futebol, em um momento em que o país está doente sim, Landim. Não pelo lado político, mas por ter alguém no comando que ignora a ciência, menospreza o número de mortos e quer ter de volta o futebol para oferecer um pouco de circo. Claro que se reunir com o presidente em um momento como esse vai trazer repulsa de parte da torcida.
Você venceu, Landim! Parabéns! Poderá realizar seus treinos de fisioterapia com bola, seja lá o que isso signifique, graças ao bom amigo prefeito Crivella. Ignorando as curvas da doença, ele cedeu aos seus desejos, Landim. E de olho também, claro, no apoio de Bolsonaro para sua reeleição.
Pelo otimismo recente de Crivella, talvez no meio de junho a bola volte a rolar no Campeonato Carioca. Como você queria, Landim! Que belo exemplo você está dando para o país!
Afinal, e daí que são 370 mil casos de coronavírus e 23 mil mortes no país, não é mesmo?