Gabigol, Jesus, Soteldo e Taison nocauteiam o preconceito
O artilheiro do Brasileirão é negro, o melhor técnico do país é português e o craque santista é venezuelano
O negro Gabigol balançou a rede contra o Bahia e igualou Zico, o maior ídolo da história do Flamengo, em número de gols em um Campeonato Brasileiro. Provavelmente irá superar o Galinho, porque ainda tem mais seis jogos pela frente no Brasileirão.
O comandante do time que assombra o país com um futebol envolvente, retomando a tradição da arte brasileira com a bola nos pés, é português. Jorge Jesus, que tem como auxiliar João de Deus, já foi alvo da xenofobia de treinadores brasileiros enciumados e respondeu abrindo dez pontos de vantagem para o vice-líder Palmeiras.
Soteldo, o 10 santista, já foi desdenhado também por ter 1,60 m, mas principalmente por ser venezuelano. Calando os críticos e os afobados de plantão, o meia tem sido protagonista de belas jogadas e gols, como na última vitória do Santos sobre o Goiás por 3 x 0.
Taison decidiu dar um basta ao mostrar o dedo médio para torcedores racistas na Ucrânia, que infelizmente também dão as caras na Itália, na Rússia e no Brasil. Ele e Dentinho, outro alvo dos nazistas, deixaram o campo chorando. Até quando as Federações de futebol irão ser coniventes com os criminosos de plantão?
Cada um desses jogadores e técnicos estão nocauteando o preconceito e a xenofobia à sua maneira, mas precisam ter respaldo de quem comando o lucrativo mundo do futebol.