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Palmeiras registra queda de 85% com bilheteria e dívida de R$ 161 milhões com a Crefisa

Clube fecha ano com déficit de R$ 151 milhões e consegue reduzir o impacto financeiro graças à venda de atletas e direitos de TV

30 abr 2021 - 12h20
(atualizado às 13h00)
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O Palmeiras divulgou nesta sexta-feira na edição impressa do Estadão o balanço completo do ano de 2020. Os números mostram o impacto mais detalhado da pandemia nas finanças. Apesar do aumento de receitas em alguns quesitos, o clube fechou a temporada com déficit de R$ 151 milhões, informação já divulgada em fevereiro. Os jogos com portões fechados impactaram principalmente na queda de arrecadação com o sócio-torcedor Avanti e a bilheteria. Além disso, a dívida com a Crefisa por empréstimo para a contratação de jogadores está avaliada em R$ 161,3 milhões.

Em 2020, o clube teve uma receita total de R$ 532,4 milhões. O número foi alcançado principalmente por causa de direitos de transmissão (R$ 153,8 milhões), venda de atletas (R$ 146,9 milhões) e patrocínio e publicidade (R$ 114,9 milhões). Os três títulos conquistados na temporada renderam R$ 28,5 milhões em premiações. O número, no entanto, não contempla a entrada dos números finais pelas conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores. Essas verbas só vão entrar no exercício de 2021.

Entre as principais quedas de arrecadação, as receitas que envolvem a realização de partidas são as principais. O segmento de bilheteria teve um declínio de 85%, gerado principalmente pelos jogos com portões fechados. Em 2019, o Palmeiras recebeu cerca de R$ 45 milhões. Já em 2020, ganhou somente R$ 6,8 milhões. Por causa da pandemia, só houve presença de torcida até o início do mês de março.

Os números detalhados do balanço do Palmeiras
Os números detalhados do balanço do Palmeiras
Foto: Reprodução / Estadão

A falta de torcida no Allianz Parque impactou diretamente no sócio-torcedor. O Avanti rende aos cofres do clube R$ 46 milhões em 2019. O número caiu para menos da metade na última temporada, ao render R$ 22,3 milhões. O Estadão apurou que ao projetar o orçamento para 2021, o clube havia previsto voltar a receber público no estádio em junho, ainda com carga reduzida para 30% da capacidade máxima.

O balanço faz ressalvas sobre os resultados do clube ao relembrar que o Palmeiras não demitiu funcionários durante a crise da pandemia. A diretoria negociou com o elenco a redução salarial para preservar demais colaboradores. Já no início de 2021, a premiação do título da Libertadores foi utilizada em parte para repor a diferença. Uma parcela foi também distribuída aos funcionários.

As vendas de jogadores feitas pelo Palmeiras em 2020 e 2019
As vendas de jogadores feitas pelo Palmeiras em 2020 e 2019
Foto: Reprodução / Estadão

Dos R$ 146,9 milhões arrecados com a venda de atletas, a maior parte foi recebida pelo Barcelona. O time catalão pagou R$ 49,2 milhões pelo meia Matheus Fernandes. A segunda negociação mais lucrativa foi a saída de Bruno Henrique para o Al Ittihad, da Arábia Saudita, por R$ 26,6 milhões. Pelo empréstimo do atacante Dudu, o Palmeiras embolsou R$ 20,7 milhões do Al-Duhail, do Catar.

CREFISA

Após o balanço do ano passado registrar uma pendência de R$ 170 milhões para com a Crefisa, o registro atual é que o número diminuiu para R$ 161,3 milhões graças ao pagamento de algumas parcelas. Em janeiro de 2018 o Palmeiras e a empresa assinaram um termo aditivo sobre o formato da operação utilizada entre ambos para contratar jogadores com recursos vindos da patrocinadora.

Em vez de configurar como compras de propriedade de marketing, passou a ser um empréstimo com juros corrigidos pela CDI. O acordo foi refeito para se adequar a uma exigência da Receita Federal, que multou a Crefisa no fim de 2017 por considerar inadequado o formato utilizado anteriormente.

Quando houve a atualização deste contrato, o montante era estimado em R$ 120 milhões. O valor inclui diversas contratações de reforços, como Borja, Guerra, Lucas Lima, Luan, Bruno Henrique, Deyverson e diversos outros jogadores. O formato do empréstimo obriga o Palmeiras a devolver o valor recebido pelas vendas desses atletas em até dois anos após a saída deles para outras equipes.

Estadão
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